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25/09/2019 às 11:00•2 min de leitura
Se por um lado estamos superacostumados a ver estudos e reconstruções da aparência de diversos de nossos parentes pré-históricos, como é o caso dos neandertais, por exemplo, existem outros sobre os quais se sabe bem pouco. Entre eles são os hominídeos de Denisova, uma espécie extinta do gênero Homo cuja existência só foi identificada há cerca de 1 década –depois da descoberta de alguns fragmentos de ossos em uma caverna na Sibéria.
Também conhecidos simplesmente como denisovanos, esses hominídeos estão entre os nossos antigos parentes mais enigmáticos – uma vez que tudo o que se encontrou deles foram alguns dentes, uma mandíbula, uma falange e pouco mais. No entanto, agora, graças a amostras de DNA que foram coletadas dessas criaturas, uma equipe de cientistas conseguiu reconstruir pela 1ª vez a fisionomia desses misteriosos hominídeos e você pode conferir em mais detalhes a seguir:
Para criar a reconstrução que você acabou de ver acima, os cientistas – da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel – coletaram um pouquinho de material a partir do ossinho de dedo encontrado na caverna siberiana e submeteram a amostra a uma técnica de mapeamento genético chamada “mapa de metilação do DNA”. Os resultados apontaram que se trata do osso de uma mulher jovem que viveu há 100 mil anos e o sequenciamento foi comparado com o de neandertais e humanos modernos também, para identificar possíveis semelhanças e feições únicas da espécie.
Considerando que os denisovanos chegaram a coexistir com os neandertais e os humanos modernos há milhares de anos, não é de estranhar que a aparência da moça tivesse traços semelhantes às dos outros 2. Mesmo assim, o mapeamento genético revelou diversas diferenças anatômicas entre as 3 espécies, algumas delas extremas.
Para começar, os cientistas descobriram que os hominídeos de Denisova tinham crânios mais largos do que os dos neandertais e os dos humanos modernos e, embora tivessem a arcada dentária semelhante à dos humanos – e, portanto, dentes projetados para fora –, seus queixos eram pequenos e seus rostos eram mais alongados e as testas menos avantajadas, como nos neandertais.
A pelve e a caixa torácica também eram maiores do que a dos humanos modernos – e mais parecidas às dos neandertais –, e os denisovanos tinham as pontas dos dedos das mãos mais largas do que as outras 2 espécies. Contudo, apesar dessas feições mais ou menos comuns, no total, os pesquisadores identificaram 56 características únicas dos hominídeos de Denisova, sendo 34 delas só no crânio.
A metilação consiste em modificações químicas no DNA que podem ser herdadas ou removidas sem alterar a sequência da molécula original – e, sendo assim, podem ser identificadas e examinadas. No caso do estudo que culminou na reconstrução do rosto da jovem denisovana, os cientistas examinaram os padrões de metilação presentes em seu DNA e no de neandertais e humanos modernos para identificar quais estavam presentes ou divergiam nessas 3 espécies e quais delas poderiam afetar os seus atributos físicos.
Com os resultados em mãos, os pesquisadores conseguiram determinar quais partes dos esqueletos de denisovanos, neandertais e humanos apresentam semelhanças ou diferenças entre si. Além disso, para garantir a precisão das características encontradas, os cientistas aplicaram a mesma técnica em neandertais e chimpanzés, uma vez que a sua anatomia já é bastante conhecida, obtendo um índice de 85% de precisão, o que significa que a reconstrução do rosto da denisovana é bem apurado. E você, caro leitor, o que achou?