Ciência
04/10/2019 às 09:00•2 min de leitura
A Terra pode ser atingida por uma tempestade solar de proporções cataclísmicas nos próximos 100 anos, causando falhas de satélites, apagões e outros problemas. O alerta foi dado em um novo estudo do Serviço Geológico dos Estados Unidos, conduzido pelo geofísico Jeffrey J. Love.
No artigo, publicado em julho pela revista Space Weather, foram analisados dados das duas maiores tempestades geomagnéticas que atingiram a Terra. A conclusão: existe uma possibilidade relativamente alta de que um evento mais poderoso ocorra em breve, provavelmente dentro de 100 anos.
Diferente de ameaças como impactos de asteroides e erupções de supervulcões, o prazo para ocorrer uma tempestade solar cataclísmica é comparativamente curto, de acordo com os cientistas.
Citadas no estudo, as tempestades geomagnéticas de 1859 e 1921 causaram muitos estragos. A primeira gerou problemas na rede elétrica e incêndios, além de afetar sistemas de telégrafos da América do Norte e Europa. Também conhecida como Evento Carrington, ela produziu auroras em diversos lugares.
A tempestade solar de 1921 foi parecida: telégrafos e telefones avariados e visualização de auroras até em locais de baixa latitude. Ela também causou a interrupção do sistema de trens de Nova York e pode ter sido responsável pela ocorrência de três grandes incêndios no mesmo dia, na Suécia, Estados Unidos e Canadá.
Inicialmente, acreditava-se que a tempestade de 1859 era a mais forte já registrada, mas o geofísico americano sugere outro panorama, analisando o índice Disturbance Storm Time (Dst), que calcula o nível de perturbação do campo magnético da Terra.
Estima-se que a primeira alcançou intensidade entre -850 e -1050 nanoteslas (nT), enquanto a segunda teria chegado a -907 nT. O índice Dst da Terra é de -20 nT, em média, e qualquer valor abaixo de -250 nT indica tempestades solares.
Hoje, as consequências de uma tempestade solar cataclísmica seriam ainda piores, por causa da nossa grande dependência das redes elétricas, satélites e sistemas de comunicação.
Segundo Jeffrey Love, não dá para dizer que seria o fim do mundo, mas haveria uma interrupção generalizada de vários serviços, causando muitos problemas.