Duas pessoas podem ter o mesmo DNA?

29/10/2019 às 10:002 min de leitura

Muitos crimes são solucionados hoje em dia por meio de exames de DNA, além de reconhecimentos de paternidade. No entanto, pessoas às vezes se perguntam: existe a possibilidade de duas pessoas dividirem um mesmo DNA?

Vamos recapitular, então, como tudo acontece.

O nosso DNA é organizado em cromossomos que são agrupados em 23 pares. Quando uma célula espermática é fabricada, o genoma do pai é dividido em dois, de forma que cada esperma recebe um cromossomo de cada um dos 23 pares, e o mesmo acontece com as células-ovo da mãe. 

Quando ovo e esperma se combinam para formar um embrião, o genoma resultante contém metade dos cromossomos da mãe e metade do pai, escolhidos de forma aleatória.

Probabilidades 

Teoricamente, irmãos do mesmo sexo poderiam nascer com o mesmo DNA, mas as chances de que isso ocorra seriam uma em 246 ou cerca de 70 trilhões de possibilidades. Na verdade, a probabilidade é ainda menor do que isso. 

Antes que os pares de cromossomos se separem completamente, eles trocam genes individuais de um cromossomo para outro no par. Isso significa que, mesmo que sucessivos espermatozoides fossem produzidos exatamente com a mesma seleção de cromossosmos, ainda assim não poderiam conter os mesmos genes.

Naturalmente, muitos pares de genes em seu genoma são os mesmos, de forma que não importa qual cópia você use, porém as chances de construir uma cópia exata do genoma são raríssimas.

Gêmeos idênticos

Num estudo publicado em 2008 no American Journal of Human Genetics, pesquisadores da Universidade do Alabama estudaram 19 pares de gêmeos univitelinos adultos com foco na variação do número de cópias dentro do genoma. 

Essa variação é importante, pois é o que poderia fazer com que um irmão possa ter uma doença, enquanto o outro não. Isso ocorre porque a fita dupla do DNA se quebra e, quando se reconstitui, há um acréscimo ou eliminação de alguns genes.

A análise foi feita, a princípio, com nove duplas de irmãos — em cada uma delas um dos gêmeos tinha mal de Parkinson ou algum distúrbio neurológico. A conclusão é clara: todos apresentavam diferenças genéticas.

A informação é também útil para identificação de mutações genéticas no desenvolvimento de doenças.

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