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11/11/2019 às 10:30•2 min de leitura
A busca por métodos mais eficazes no diagnóstico, prevenção e tratamento do câncer continua e um grupo de pesquisadores do Georgia Institute of Technology desenvolveu um novo método que utiliza armadilhas impressas em 3D para separar células cancerígenas das outras bilhões de células sanguíneas.
O trabalho isola as células tumorais prendendo os glóbulos brancos e filtrando as células vermelhas menores do sangue, facilitando o diagnóstico, podendo fornecer ainda um alerta precoce de possível recorrência de metástase do câncer.
A professora assistente da Escola de Eletricidade e Engenharia de Computação no Georgia Tech explica que isolar as células em amostras de sangue total é um desafio porque essas células cancerígenas estão misturadas a bilhões de glóbulos vermelhos e brancos normais, mas com a utilização deste dispositivo, o desafio começa a ficar mais acessível. “Podemos processar um volume de sangue clinicamente relevante capturando quase todos os glóbulos brancos e filtrando os glóbulos vermelhos por tamanho. Isso nos deixa células tumorais não danificadas que podem ser sequenciadas para determinar o tipo específico de câncer e as características únicas do tumor de cada paciente”, destaca.
A abordagem adotada por Sarioglu e os colaboradores, entre eles o primeiro autor do estudo Chia-Heng Chu, foi de construir as armadilhas impressas em 3D alinhadas com antígenos para capturar os glóbulos brancos em uma amostra de sangue. As armadilhas ampliaram a área de superfície para captura e os canais de fluido aumentaram a probabilidade de que cada glóbulo branco entre em contato com a parede do canal. “O uso da impressão 3D nos liberta do canal único e nos permite criar muitos canais em três dimensões que melhor utilizam o espaço”, salienta Sarioglu.
Os pesquisadores projetaram armadilhas de células capazes de girar amostras para separação. Depois que os glóbulos brancos são removidos, com a utilização de cera líquida e revestimento antigênico na armadilha, os glóbulos vermelhos menores passam por um filtro simples que captura as células do câncer e glóbulos brancos restantes. As células tumorais são removidas do filtro que é integrado ao dispositivo impresso em 3D.
A abordagem foi testada pelos pesquisadores adicionando células do câncer ao sangue de pessoas saudáveis e o experimento foi positivo, com a armadilha sendo capaz de capturar cerca de 90% das células tumorais. “Esperamos que isso seja realmente uma ferramenta capacitadora para os médicos. Em nosso laboratório, a mentalidade é sempre para traduzir nossa pesquisa, tornando o dispositivo simples o suficiente para ser usado em hospitais, clínicas e outras instalações que ajudarão a diagnosticar doenças em pacientes”, destaca Sarioglu.
A pesquisa do grupo foi publicada na revista científica Lab on a Chip.