Artes/cultura
11/12/2019 às 10:39•2 min de leitura
O povo brasileiro é conhecido pela mistura de pessoas de diversas origens. É muito fácil andar pelas cidades do país e encontrar rostos diferentes – e esse é um dos maiores destaques do Brasil. Agora, para entender ainda mais a nossa herança (especialmente a genética), o Projeto DNA Brasil vai, pela primeira vez, fazer o mapeamento genético da população brasileira.
Essa é uma iniciativa liderada pela cientista Lygia da Veiga Pereira, que lançou o projeto no último dia 10 de dezembro de 2019. O projeto é fruto de uma parceria do Ministério da Saúde com organizações privadas, como a empresa de saúde Dasa. O trabalho irá mapear o genoma de 15 mil pessoas com idade entre 35 e 74 anos de idade e tem previsão de oferecer os primeiros resultados nos próximos cinco anos.
O Projeto DNA do Brasil não tem como objetivo apenas estrear o trabalho de mapeamento genético em território tupiniquim. A ideia é compreender melhor as características genéticas da população brasileira, permitindo realizar o diagnóstico de doenças com maior precisão (graças às características herdadas dos genes) e criar tratamentos mais eficazes para esses males.
O brasileiro é conhecido por ser uma mistura de povos indígenas, europeus e africanos. Os estudos do Projeto DNA do Brasil vão levar em consideração quais partes do genoma mostram a origem da população, algo que ainda não tinha sido feito antes por aqui.
De todos os genomas completos estudados até 2019, 78,39% têm ancestralidade com predominância europeia. Apenas 1,13% são pesquisas que se baseiam na América Latina e só 2,03% consideram a ancestralidade da África. Apesar de não intentar retratar o mapeamento genético do Brasil, essa proporção certamente não representa com fidelidade a distribuição da origem do genoma em nossa população.
Durante o evento de lançamento do projeto em São Paulo, Lygia da Veiga Pereira comenta uma das maiores vantagens desse projeto: “A gente pode entender a evolução da nossa população. Grande parte dos 5 milhões de índios brasileiros foi exterminada. Mas é possível que fragmentos do genoma dessas populações [que hoje já estão extintas] possam ainda existir em nós.”