Mulher é 'ressuscitada' 6 horas após sofrer parada cardíaca

11/12/2019 às 14:302 min de leitura

Médicos espanhóis ressuscitaram uma britânica de 34 anos que passou mais de seis horas em parada cardíaca. Audrey Mash foi pega de surpresa por uma tempestade de neve durante uma travessia por uma cordilheira no norte da Espanha, nos Pireneus, no último dia 3 de novembro. A mulher, que estava acompanhada pelo marido, sofreu uma hipotermia e ficou inconsciente antes de entrar em uma parada cardiorrespiratória. 

"Fomos passar o fim de semana com amigos", explicou o marido de Audrrey, Rohan Schoeman, em coletiva de imprensa após o corrido. “No domingo, decidimos sair da cabana mais cedo, às 7h15, sem eles. Em um ponto, a queda de neve tornou-se muito pesada. Encontramos uma rocha e tentamos usá-la como abrigo para evitar condições climáticas adversas. Depois que a visibilidade melhorou, pude ver que nossos amigos haviam tentado entrar em contato conosco. Audrey estava perdendo a consciência, então tentei enviar algumas fotos para nossos amigos de onde estávamos", disse. 

(Fonte: Divulgação/Pixabay??????)

Assim que foi resgatada, ela foi levada ao hospital Vall d'Hebron, em Barcelona, onde foi ressuscitada com esforços coordenados do corpo de bombeiros, do Serviço de Emergência Médica (SEM) e da equipe do hospital.

Caso excepcional 

"Este é um caso excepcional em escala global", disse Eduard Argudo, médico do hospital Vall d'Hebron, em entrevista coletiva nesta quinta-feira. "É a parada cardíaca mais longa já registrada na Espanha".

Com a ajuda de telefonemas e fotos recebidas pelos amigos do casal, uma equipe de bombeiros conseguiu chegar ao casal. Nesse momento, Audrey registrava uma temperatura corporal de 18ºC. Quando Mash chegou ao hospital, ela não apresentava sinais vitais, seu coração não mostrava atividade elétrica e seus rins e pulmões não estavam funcionando. 

Mas a equipe médica acreditava que a paciente poderia sobreviver se a hipotermia fosse tratada, então decidiram conectá-la à máquina de  oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO), que realiza o trabalho do coração e dos pulmões, extraindo sangue para oxigenação antes de enviá-lo de volta para uma artéria. O sangue também é aquecido durante o processo, ajudando a aumentar a temperatura corporal. Quando a temperatura do corpo atingiu 30ºC, os médicos decidiram desfibrilá-la na tentativa de revivê-la, mas isso não funcionou. 

Por volta das 21h45, mais de seis horas depois que as equipes de resgate a encontraram em parada cardíaca, os médicos tentaram ressuscitá-la novamente, desta vez com sucesso. 

Além da sensibilidade e da falta de movimento nas mãos, afetadas pelo frio, Mash não apresenta nenhum sintoma de dano neurológico e recuperou-se quase completamente e conseguiu voltar a uma vida normal. "Eu não percebi que minha vida estava em perigo até me encontrar aqui", disse Mash sobre acordar no hospital, do qual ela recebeu alta 11 dias depois.

Mas como isso é possível?

A hipotermia ajudou, segundo o médico Eduard Argudo. Ele explica que o frio faz com que o metabolismo diminua e com que os órgãos precisem de menos sangue e oxigênio, permitindo que o cérebro saia da situação sem danos. "A hipotermia mata e salva ao mesmo tempo", comentou o médico. “Se ela tivesse tido uma parada cardíaca tão longa assim com a temperatura normal do corpo, ela estaria morta”, finalizou. 

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