Estilo de vida
06/01/2020 às 10:30•2 min de leitura
Novas descobertas mostram que as larvas podem ser a solução para o problema do mundo quanto a rejeitos pláticos. O estudo feito por Anja Malawi Brandon, PhD em Engenharia Civil e Ambiental na Universidade de Stanford, chamou atenção para o fato de que as larvas-da-farinha podem se alimentar de várias formas de plástico e de isopores que contêm aditivos químicos comuns e tóxicos.
O estudo, publicado na Environmental Science & Technology, é o primeiro a analisar onde os produtos químicos encontrados no plástico vão parar após serem decompostos em um sistema natural. O resultado é o intestino de uma larva-da-farinha.
A melhor parte é que, mesmo após a ingestão desse material, o animal ainda serve como matéria-prima rica em proteínas para outros animais.
Ao descobrirem que microorganismos nas entranhas dos vermes biodegradam o plástico durante o processo de digestão, os pesquisadores se questionaram se a larva poderia ser ingerida por outros animais após o consumo de plásticos tóxicos.
Para achar a solução, decidiram analisar o isopor, ou poliestireno, um material comum normalmente usado para embalagens e isolamento térmico que contém um retardador de fogo chamado hexabromociclododecano, ou HBCD. O aditivo é usado para melhorar as propriedades de fabricação de plásticos ou diminuir sua inflamabilidade, e pode ter impactos significativos na saúde e no meio ambientee. Por esse motivo, a União Européia e os Estados Unidos avaliam seu risco e planejam proibir o composto.
As larvas-da-farinha eliminaram cerca de metade do poliestireno que consumiram como fragmentos parcialmente degradados e a outra metade como dióxido de carbono. Logo, elas excretaram quase todo o HBCD em cerca de 48 horas.
A pesquisa concluiu que as larvas-da-farinha alimentadas com uma dieta constante de poliestireno carregado com HBCD permaneceram saudáveis igualmente às que seguem uma dieta normal. O mesmo aconteceu com o camarão alimentado com uma dieta constante destas larvas. O plástico nas tripas das larvas-da-farinha provavelmente teve um papel importante na concentração e remoção do HBCD.
Os pesquisadores reconhecem que o HBCD excretado pelas larvas ainda representa um risco e advertem que respostas duradouras só virão quando encontrados materiais que substituam o plástico de maneira mais sustentável.