Estilo de vida
23/01/2020 às 06:03•2 min de leitura
O mistério do surgimento de raios globulares, popularmente conhecido como "bolas de raio", parece ter ganhado um novo episódio nos estudos que buscam descobrir suas origens, veracidade e constituição. Durante muito tempo, o fenômeno atmosférico passou a ser considerado apenas uma espécie de lenda urbana até mesmo em meio a cientistas, mas tudo indica que a nova teoria apresentada por cientistas do CSIRO e da Universidade Nacional da Austrália deve trazer maior consistência ao raro evento.
The Birth of Ball Lightning ("O Nascimento da Bola de Raio", em tradução livre) é o estudo publicado no Journal of Geophysical Research Atmospheres e liderado por John Lowke, do CSIRO, e reforça o surgimento do fenômeno elétrico através de teoria matemática, diferenciando de propostas anteriores que justificavam o surgimento da esféra por meio de conceitos como a oxidação do silício vaporizado, proposto pelo pesquisador brasileiro Gerson Paiva, da Universidade Federal de Pernambuco, ou de animatéria, matéria escura, entre outros.
"Uma prova crucial de qualquer teoria da 'bola de raio' seria se a teoria pudesse ser usada para fazer uma 'bola de raio'. Este é o primeiro artigo que dá uma solução matemática explicando o nascimento, ou o início do raio globular", explica Lowke em seu trabalho, que consiste na busca de explicações que justifiquem a permeabilidade da esfera elétrica ao passar através do vidro.
A proposta trata sobre o acúmulo de íons densos em uma massa "visível" e concentrada, formada após o contato do raio com a superfície, e a consequente excitação das moléculas de ar próximas impulsionada pelo campo elétrico resultante no outro lado do vidro, permitindo a condução e o movimento do fenômeno, atraído por um campo elétrico de cerca de um milhão de volts.
O cientista, limitando seu espaço amostral para casas e aviões, reforçou suas teorias com entrevistas de testemunhas que chegaram a presenciar, por um pequeno intervalo de tempo, a formação de estranhos fenômenos eletrostáticos, como foi o caso do ex-tenente da Força Aérea dos Estados Unidos, Don Smith, que relatou ter visto, durante seu voo, "o azul da eletricidade", muito semelhante a "chifres de touro", segundo comparação do entrevistado.