Artes/cultura
31/01/2020 às 09:00•2 min de leitura
De acordo com um estudo desenvolvido por cientistas, líderes indígenas e especialistas em política da América do Sul publicado no dia 27 de janeiro na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, constatou-se que a demarcação e proteção de terras indígenas é fundamental para assegurar a manutenção dos estoques de carbono.
Esses estoques de carbono são muito importantes para barrar o desmatamento e também promover a regulação do clima, impedindo assim que o efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global, seja mais intenso.
Segundo o estudo, as terras indígenas e as áreas naturais protegidas da Floresta Amazônica tem menos chances de sofrer perda de carbono por conta da degradação, ou seja, por causa da derrubada de espécies específicas de árvores.
Essas regiões também realizam a emissão de carbono para a atmosfera. Contudo, o crescimento de uma nova vegetação florestal algo que não ocorre em terras carentes de proteção - compensa essa emissão.
De toda a quantidade de biomassa estipulada para a Amazônia, 58% está situada no interior de terras indígenas e áreas naturais protegidas.
Conforme afirma Wayne Walker, o principal autor da pesquisa, as florestas que ficam sob as mãos de indígenas e comunidades locais permanecem obtendo resultados melhores em termos de carbono do que aquelas desprotegidas.
Para fazer esta pesquisa, os cientistas procuraram analisar o impacto da degradação ambiental em quatro diferentes tipos de terras encontradas na Floresta Amazônica: terras indígenas, áreas naturais protegidas, áreas sem proteção e sobreposição entre terras indígenas e áreas naturais protegidas.
De acordo com o levantamento feito por eles, 47% da perda de carbono em áreas protegidas se dá por causa da degradação. Além disso, eles constataram também que, entre os anos de 2003 e 2016, a região amazônica era uma fonte de carbono para a atmosfera, liberando milhões de toneladas.
Entretanto, para que isso continue assim, é preciso proteger esses áreas. É daí que se conclui a importância da demarcação de terras indígenas. Apesar de 90% das terras indígenas serem reconhecidas, há excessivas concessões para mineração e extração de petróleo.