Pesquisadores concluem que dinossauros tinham sangue quente

22/02/2020 às 03:002 min de leitura

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém descobriu, através de um método inédito conhecido como geoquímica de isótopos agrupados, que os seres pré-históricos possuíam sangue quente, com temperaturas corporais que variavam entre 35º e 40º. Para muitos, a teoria é, de certa forma, revolucionária, especialmente em aspectos evolucionistas já que os dinossauros são considerados, por muitos cientistas, espécies entre répteis (sangue frio) e aves (sangue quente).

O estudo, publicado pelo periódico Science Advances, propõe, através do novo método de observação responsável por calcular a temperatura em que os minerais dos ovos foram formados desde quando ainda existiam no organismo materno, uma nova avaliação da temperatura do animal pré-histórico com a utilização ovos fossilizados de três espécies distintas de dinossauros pertencentes à épocas diferentes da história, com linhas evolutivas mais próximas das aves, mais próximas dos répteis e entre as duas classes. 

Apesar da conclusão sobre a temperatura corporal dos animais, o estudo abre a questão crucial referente à duas das principais características das classes em questão, gerando dúvidas sobre a manutenção do calor corporal nos gigantes pré-históricos: se são endotérmicos (cria o próprio calor) ou exotérmicos (ambiente determina o calor do corpo).

(Fonte: Reprodução)

"O clima global durante a época dos dinossauros era significativamente mais quente do que é hoje", esclarece Hagit Affek, líder do projeto, em entrevista ao EurekAlert!. "Por esse motivo, medir apenas a temperatura do corpo dos dinossauros que viviam perto do equador não nos diriam se eram endo ou exotérmicos, pois sua resposta corporal poderia ser simplesmente uma resposta ao aquecimento de seu sangue frio pelo clima quente em que viviam."

Para chegar a conclusões sobre o caso, os pesquisadores investigaram espécies exotérmicas que localizavam-se em pontos mais distantes do equador como, por exemplo, na região de Alberta, no norte de Canadá, através do método isotópico em conchas de moluscos datadas da mesma época que os dinossauros viviam. Dessa forma, a observação indicou que, apesar da temperatura das conchas registrar 26º, a dos dinossauros permanecia entre os 35º e 40º indicados anteriormente, provando que eram criaturas endotérmicas. 

“Essa transformação se apresentou muito cedo na evolução dos dinossauros. Tanto seres mais próximos aos lagartos, como os mais próximos dos pássaros apresentaram autorregulação de temperatura corporal”, concluiu Affek.

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