Artes/cultura
04/03/2020 às 02:00•2 min de leitura
As cientistas brasileiras Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade de São Paulo (USP), e Jaqueline Goes de Jesus, da Faculdade de Medicina da USP, lideraram o grupo de pesquisadores que realizaram o primeiro sequenciamento genético do coronavírus na América Latina, apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso da doença em São Paulo (SP).
O empreendimento foi conduzido pelo Instituto Adolfo Lutz em parceria com o IMT da Faculdade de Medicina da USP e a Universidade de Oxford, no Reino Unido. A sequência completa do genoma do vírus foi divulgada, na última sexta-feira (28), no site Virological.org e recebeu o nome de SARS-CoV-2.
Para realizar a pesquisa, foi utilizado um dispositivo portátil lançado pela startup britânica Oxford Nanopre Technologies. O aparelho é menor do que um telefone celular e é conectado a um computador via USB. A estrutura do vírus foi decodificada e traduzida por meio de um programa de computador.
O mapeamento do genoma do vírus é essencial, pois possibilita o desenvolvimento de testes de rastreamento e vacinas, como também ajuda os especialistas a entender melhor a maneira que o vírus se espalha no ambiente e sofre mutações.
Estudos preliminares mostram que o vírus identificado no Brasil é diferente do observado no epicentro da doença (Wuhan, na China), pois já sofreu três mutações. Os cientistas verificaram que o coronavírus daqui é semelhante ao encontrado na Baviera (Alemanha).
O primeiro paciente brasileiro infectado pelo coronavírus foi contaminado após uma viagem à região da Lombardia, na Itália. Embora os testes indiquem que o vírus no Brasil é semelhante à variedade europeia, amostras italianas ainda não foram sequenciadas para a confirmação.
O Ministério da Saúde informou que um novo caso do coronavírus já foi confirmado no Brasil. O paciente, um homem de 32 anos esteve em Milão, na Itália. Ele foi levado ao Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo, na sexta-feira (28), com febre, tosse, dores musculares, de garganta e de cabeça. Sua condição era considerada leve e estável, por isso ele apenas ficou isolado em casa.
Atualmente, 182 casos estão sendo monitorados, e 2 foram confirmados até o momento. Por outro lado, 71 suspeitas já foram descartadas.