Artes/cultura
27/03/2020 às 12:00•2 min de leitura
Pesquisadores do Escritório de Pesquisa Naval (ONR) dos Estados Unidos estão estudando a polarização das notícias compartilhadas por meio de... fotos fofinhas. É isso mesmo! Eles querem saber o quanto a percepção de fofura das pessoas sobre uma foto aumenta a possibilidade de tornar o conteúdo viral. O objetivo desta pesquisa é antecipar o alcance de conteúdos obscuros disseminados pela internet por meio de imagens e memes bonitinhos.
Fonte: Popular Mechanics/Reprodução
Na era da internet, o uso deliberado e abusivo de "clickbaits", que são a manipulação dos títulos de notícias para chamar a atenção do leitor, vem se tornando uma opção para quem deseja viralizar conteúdos negativos. Com essa tática, o grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) conseguiu disseminar pela internet muitas fotos de seus combatentes com gatinhos no colo, porque muitas pessoas não conseguiam ver que apesar de ter um elemento "fofo" na imagem, a mensagem que este grupo pretendia passar não era nada positiva.
É exatamente essa a pergunta que os pesquisadores estão tentando responder, ou seja, o que leva uma pessoa a perceber um conteúdo como positivo e bonito para compartilhar. O NST Future Force descreve a fofura utilizando o termo em sânscrito "kama muta", que pode ser traduzido como o "sentimento de vivenciar calor no coração ao ver coisas fofas e infantis". Na internet, todos nós já experimentamos este sentimento ao ver fotos de filhotes de cachorros e gatos.
Fonte: Popular Mechanics/Reprodução
O NST Future Force afirma que “ao determinar maneiras de medir a fofura e as reações emocionais a estímulos fofos, é possível realizar análises estatísticas sobre o impacto do conteúdo fofo e reações no compartilhamento de mídia social. Para provar essa hipótese, os pesquisadores realizaram um estudo piloto em 2018 usando o Twitter para testar o papel de diferentes emoções no compartilhamento de mídia social. Como esperado, os pesquisadores descobriram que tweets contendo imagens fofas ou comportamento fofo e tweets que evocavam respostas emocionantes eram mais prováveis de serem compartilhados".
A pesquisa também pretende, além de entender o motivo pelo qual coisas fofas são compartilhadas, saber como estes conteúdos positivos poderiam ser utilizados como forma de reprimir a disseminação de conteúdos negativos e nocivos.