Americanos utilizarão plasma sanguíneo para tratar coronavírus

30/03/2020 às 06:002 min de leitura

Na semana passada, a FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) informou que vai facilitar o acesso à utilização de plasma sanguíneo de pessoas que já se recuperaram da covid-19 no tratamento de pacientes em estado grave, dando aos médicos uma nova ferramenta no combate à doença. O governador do estado de Nova York Andrew Cuomo disse na terça-feira (24) que este tratamento já está sendo adotado em testes clínicos.

Fonte: USP/ReproduçãoFonte: USP/Reprodução

O chefe de microbiologia molecular e imunologia da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg Dr. Arturo Casadevall afirmou que a permissão da FDA a este tratamento é um grande passo. Ele também disse: "[O tratamento] tem uma alta probabilidade de dar certo, mas não saberemos se funcionará até que esteja pronto e um número suficiente de pacientes sejam tratados. Sabemos, com base na história, que há uma boa chance".

O Departamento de Saúde do Estado de Nova York já está realizando testes clínicos com o medicamento para malária hidrocloroquina e com o antibiótico azitromicina, e os pacientes hospitalizados com coronavírus em grau moderado ou grave poderão receber estes remédios como tratamento. Autoridades de saúde de Nova York afirmam que "esses são os pacientes que achamos que podem ter o maior impacto, por isso queremos nos concentrar neles".

Como será o tratamento do coronavírus com plasma?

O tratamento com plasma também já está em fase de testes clínicos e o governador de Nova York afirmou que o estado está em busca de pessoas que têm em seus sangues anticorpos contra a doença. Isso porque o tratamento vai consistir primeiramente na identificação de pessoas que testaram positivo para o vírus e já estão devidamente recuperadas.

Fonte: GettyimagesFonte: Gettyimages

Após a identificação dos doadores, o plasma dessas pessoas será extraído para testes de aferição da presença de anticorpos. Testando a existência suficiente de anticorpos, os médicos vão implantar o plasma em pacientes em estado crítico, pois, segundo alguns médicos, este tratamento será capaz de matar o coronavírus.

O tratamento com plasma poderá levar algum tempo para decolar porque, segundo profissionais da saúde de Nova York, não será uma tarefa fácil encontrar bons candidatos ao fornecimento de plasma.

Casadevall afirmou: "O maior problema é a logística. Você precisa encontrar as pessoas, testá-las, identificar os doadores certos, doar plasma e levá-lo às pessoas que precisam. Isso envolve logística, mas é totalmente possível, não estamos falando do lançamento de foguetes". Ele disse também que existem várias as pessoas dispostas a doar plasma.

O tratamento com plasma, segundo Casadevall, poderá ter sua eficácia atestada pelos médicos em um mês, o que vai depender do número de bons doadores.

Para receber o tratamento com plasma, as autoridades de saúde afirmam que serão eleitos os pacientes do hospital New Rochelle, que foi o primeiro a receber pacientes com coronavírus e, atualmente, possui diversos pacientes que se recuperam da doença em suas dependências.

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