Artes/cultura
30/03/2020 às 09:00•2 min de leitura
Na semana passada, o Hospital Universitário George Washington (GWU), nos Estados Unidos, publicou um vídeo em 3D mostrando os danos nos pulmões de um homem de 59 anos de idade que está com covid-19. O vídeo foi criado pelo Dr. Keith Mortman, chefe de cirurgia torácica do GWU, e pelo Surgical Theatre, desenvolvedor de software de imagem em realidade virtual que usa dados reais para criar visualizações em 3D para médicos.
Mortman já utilizou o software para mostrar a seus pacientes tumores pulmonares ou esofágicos antes de suas cirurgias e viu aí uma oportunidade de revelar à população mundial a maneira incomum como o coronavírus age. Utilizando uma tomografia computadorizada de um homem infectado, ele afirmou: "Este foi nosso primeiro paciente, mas tenho certeza de que ele é o primeiro de muitos nas próximas semanas".
Normalmente opacos, os pulmões são representados no vídeo em azul translúcido, com as áreas doentes em amarelo. Além do impacto bruto do vírus que se espalha pelos pulmões, o material mostra como o corpo reage ao coronavírus, criando várias zonas de inflamação, sufocando a capacidade normal do órgão o suficiente para que os pacientes precisem de hospitalização e um tubo respiratório ou ventilador. "O dano que estamos vendo não está isolado em nenhuma parte do pulmão, este é um dano grave aos dois pulmões de forma difusa", explicou Mortman.
Uma descoberta particularmente preocupante para o médico é o fato de os sobreviventes à covid-19 poderem sofrer grandes danos pulmonares duradouros se a inflamação não diminuir com o tempo. Nesse ponto, "para esses pacientes que apresentam essencialmente insuficiência respiratória progressiva, o dano aos pulmões é rápido e generalizado [...] infelizmente, uma vez que os pulmões estejam danificados nesse grau, eles podem demorar muito para cicatrizar. Para aproximadamente 2% a 4% [dependendo de quais números você acredita] dos pacientes com covid-19, o dano é irreversível e estes sucumbem à doença", disse o especialista à CNN.
(Fonte: GWUH/Reprodução)
Ao compartilhar o vídeo, Mortman deseja, acima de tudo, incentivar o público a seguir as instruções de segurança emitidas pelas autoridades para que fiquem em casa, lavem as mãos e sigam outras precauções para manter a si e suas comunidades em segurança.