Artes/cultura
07/04/2020 às 13:00•2 min de leitura
Logo que foram apontados os primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus na Ásia, os países começaram a tomar uma série de medidas contra a propagação da doença. Esses mesmos países, que outrora sofreram com os impactos negativos da epidemia da SARS nos anos 2000, não gostariam de repetir os feitos novamente, tanto em aspectos econômicos quanto sanitários.
Os gráficos que rastreiam os números da covid-19 pelo mundo sempre comparavam a curva crescente em diversos lugares, incluindo a região asiática, onde tudo começou. Os números de mortes por lá estavam impressionando. Eis que Singapura, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul tomaram medidas de contenção. Eles bloquearam a imigração, fizeram uma mobilização com agentes de saúde pública, mantiveram seus hospitais reforçados e começaram, por meio da mídia, a publicar informações e dados claros e consistentes sobre o que estava acontecendo.
(Fonte: Unsplash)
As curvas foram achatadas, mas infelizmente nas últimas semanas uma série de novos casos foram confirmados e esse número parece crescer cada vez mais. Hong Kong, por exemplo, teve um aumento de 84 casos a partir do dia 28 de março. Já Singapura registrou aumento de 47 casos em 16 de março e, desde então, a cidade-estado asiática teve três dias com mais de 70 novos casos confirmados em cada. Taiwan teve 20 novos casos por dia e a Coreia do Sul contou com 86 deles em 3 de abril.
Em comparação com outros locais fora da Ásia, como os Estados Unidos e países europeus, os números são baixos. Porém, ainda assim, esses dados mostram uma regressão alarmante em lugares onde tudo parecia diminuir e agora tudo está aumentando. Isso deve-se a uma "reimportação" da doença, resultado de viajantes que chegam de locais onde a covid-19 ainda está forte.
Ben Cowling, epidemiologista da Universidade de Hong Kong, aponta que o pequeno número de casos desapareceu no país. “Porém, no final de fevereiro e início de março", afirma Cowling, "começamos a receber mais casos importados da Europa. Hong Kong recebeu muitos [viajantes] da Europa, Estados Unidos e de outras partes do mundo”.
Hong Kong (Fonte: Unsplash)
Até então, Singapura, Hong Kong e Taiwan haviam sido capazes de manter a contenção à covid-19 dentro de suas próprias fronteiras, isolando toda a população. Taiwan, inclusive, vinculou seu banco de dados de imigração ao seu sistema nacional de saúde. "Para a segunda onda, o que gostaríamos que acontecesse é que, se houver um crescimento, que ele seja muito mais lento", afirmou Cowling.
“O coronavírus não está indo embora. Nós não vamos eliminá-lo. Teremos que enfrentar a perspectiva de que ele sempre existirá, mas nós esperamos que seja em pequenos números até que possamos identificar um tratamento ou uma vacina eficaz", diz o epidemiologista esperançoso com relação ao futuro. Resta saber como tudo isso acabará.