Estilo de vida
20/04/2020 às 09:22•2 min de leitura
As pesquisas relacionadas a uma possível cura contra o coronavírus continuam a todo vapor pelo mundo. Dessa vez, os pesquisadores conseguiram fazer um teste com um medicamento utilizado anteriormente para tratar o Ebola durante o surto mundial de 2014. Conforme sugerem os resultados preliminares de um ensaio clínico realizado, o antiviral demonstrou ser eficaz no tratamento da covid-19.
Cerca de 113 pessoas que testaram positivo para a doença causada pelo novo coronavírus e que foram hospitalizadas na Universidade de Medicina de Chicago receberam doses diárias do remdesivir, antiviral fabricado pela Gilead Sciences para o tratamento do vírus Ebola.
(Fonte: Unsplash)
O remdesivir parece reduzir a febre e aliviar os sintomas respiratórios associados à covid-19, permitindo que muitos pacientes possam receber a esperada alta do hospital em até menos de uma semana. Entretanto, o medicamento ainda precisa passar por novas análises e testes antes que possa receber a aprovação da Food and Drug Administration (FDA). Apenas dessa forma, o remdesivir poderá ser utilizado no tratamento da covid-19 nos Estados Unidos. Outros órgãos similares precisam também aprovar esse uso em outros países, como no Brasil.
"A melhor notícia é que a maioria dos nossos pacientes já recebeu alta, o que é ótimo. Faltam apenas dois", afirmou a especialista em doenças infecciosas da Universidade de Chicago Kathleen Mullane, que também supervisiona os estudos do medicamento no hospital.
Os pacientes que receberam as doses do antiviral fizeram parte de um ensaio clínico de fase 3 do medicamento. Durante essa fase, os médicos testam o medicamento em alguns de pacientes buscando a eficácia e monitorando os possíveis efeitos colaterais. As próximas fases envolvem testar o remdesivir em um grupo ainda maior de pacientes, tendo em vista que durante a fase 3, o medicamento é testado em pelo menos uma centena de pacientes.
(Fonte: Unsplash)
Mas os pesquisadores não podem ainda comparar os pacientes que em tese foram curados com outros grupos de doentes que não receberam as doses do medicamento. É importante que isso não ocorra para não gerar um efeito placebo, no qual os pacientes psicologicamente acreditam que estejam curados e seus sintomas começam a desaparecer.
Esse mesmo ensaio clínico também ocorre em outras 152 instituições pelo mundo, testando cerca de 2,4 mil pacientes. De acordo com Gilead em entrevista à Stat News, o que se espera agora é que os dados dos estudos em andamento fiquem disponíveis em breve para novas análises.