Ciência
01/05/2020 às 12:00•2 min de leitura
Seres vivos do tamanho de um nanômetro produzidos em laboratório podem ser o mais novo caminho para encontrar um tratamento para neutralizar a covid-19. Uma série de pesquisas estão sendo desenvolvidas para encontrar vacinas ou tratamento contra o coronavírus.
Para encurtar o caminho, os cientistas procuram testar a efetividade de alguns medicamentos e técnicas já utilizados, como transfusão de plasma, no combate à infecção pelo novo coronavírus. Uma dessas técnicas é a utilização de nanocorpos para a produção de anticorpos contra o vírus Sars-Cov-2.
Uma pesquisa liderada pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em Botucatu, vai permitir que dois grandes laboratórios brasileiros que fornecem produtos para o Sistema Único de Saúde (SUS) comecem a produzir uma terapia inovadora contra o novo coronavírus.
O estudo é realizado em parceria com o Instituto Biológico de São Paulo, Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Instituto Vital Brazil, Fundação Ezequiel Dias e empresas farmacêuticas brasileiras e americanas.
(Fonte: Unesp/Divulgação)
Os nanocorpos são partículas defensivas microscópicas do tamanho uma bilionésima parte de um metro. Animais, como camelos e lhamas, produzem essas partículas para reconhecer e neutralizar toxinas em seu organismo.
O tamanho e a alta similaridade com os anticorpos de seres humanos faz com que estes organismos minúsculos sejam perfeitos para produzir respostas imunológicas em pessoas. Uma tecnologia já existente permite que humanos tenham uma resposta imunológica contra venenos e é possível que a mesma técnica seja utilizada para neutralizar o novo coronavírus.
A partir da produção de anticorpos de baixa massa molecular em camelídeos, é possível replicar a estrutura em laboratório para sua produção em larga escala, de forma rápida e segura.
(Fonte: Pixabay)
Rui Seabra Ferreira Junior, coordenador da equipe da Unesp, afirma que "a realização deste projeto translacional de pesquisa, desenvolvimento e inovação permitirá a produção de anticorpos candidatos para a imediata realização de ensaios clínicos durante a pandemia de covid-19, tanto para tratamento quanto para profilaxia".
O desenvolvimento da pesquisa será rápida e será concluído em dois anos. O projeto deve passar ainda por um período de ensaios pré-clínicos para preparar os protótipos no primeiro ano e por ensaios clínicos de segurança e para ajustar a dose em um segundo ano.