Artes/cultura
04/05/2020 às 11:03•2 min de leitura
Os avanços nas pesquisas e ensaios clínicos na Universidade de Oxford para uma possível vacina que neutralize os efeitos do coronavírus e mantenha as pessoas imunes à covid-19 têm mostrado grande eficiência. Os pesquisadores, que antes falavam sobre 1 milhão de doses disponíveis até o mês de setembro, agora conseguem fazer previsões com um prazo ainda menor.
(Fonte: Freepik)
Muitas vacinas e medicamentos, que estão sendo estudados por diversos centros e universidades do mundo todo, enfrentam dificuldades na fase de testes em pessoas. Em algum momento, os experimentos apresentam falhas e podem não ser eficazes. Entretanto, as expectativas dos pesquisadores de Oxford, para os resultados positivos, até então, é de que a vacina esteja disponível até a próxima primavera.
Durante o primeiro teste com seres humanos, 1.110 voluntários foram sendo submetidos à candidata à vacina contra o coronavírus. No entanto, aleatoriamente, essas pessoas também foram vacinadas contra a meningite, a fim de serem testados também possíveis efeitos placebos, quando as pessoas acreditam psicologicamente que foram curadas, mesmo sem ser.
A equipe inglesa pretende confirmar também as expectativas com relação aos efeitos colaterais, que para eles não deve ser mais grave que uma dor de cabeça ou febre leve. Tudo isso deverá indicar uma forte defesa do sistema imunológico humano.
(Fonte: Freepik)
A liderança dos cientistas ingleses em buscar uma solução para o coronavírus iniciou-se em parceria com outros centros de pesquisa em outros locais do mundo, no qual algumas etapas do estudo foram realizadas. Em 23 de abril, os pesquisadores iniciaram os testes da vacina em pessoas saudáveis que se voluntariaram por meio de um chamado. Esses voluntários teriam entre 18 e 55 anos e não apresentavam sintomas da doença que atualmente vem matando milhares de pessoas no mundo todo.
A Universidade de Oxford também já havia descoberto uma vacina para o vírus ebola, além de ter trabalhado no desenvolvimento de uma vacina contra o MERS, no ano passado. A Síndrome Respiratória do Oriente Médio atingiu em cheio parte da região asiática durante a última década e infectou cerca de 2 mil pessoas. Vale ressaltar que essa doença também é considerada pertencente à mesma família viral do novo coronavírus.
A vacina, chamada de ChAdOx1nCoV-19, inclui um gene que codifica a proteína na superfície do vírus, dessa forma, contendo a propagação para outras células. Quando as pessoas recebem a vacina, suas células usam as instruções no DNA viral para construir essa proteína de pico. Ao treinar o sistema imunológico a reconhecer essa proteína, a substância de imunização a prepara para entrar em ação caso encontre o vírus real.
Até o final de maio, os cientistas ampliarão seus estudos, incluindo cerca de 5 mil voluntários nos testes. Tudo isso deverá ser observado com cuidado para saber se, de fato, a vacina impede as pessoas de contraírem o vírus e desenvolvam a covid-19. O desempenho no controle da pandemia também será essencial para novas constatações. O surto de coronavírus no Reino Unido já atingiu 191 mil pessoas, com quase 29 mil mortes confirmadas.