Artes/cultura
05/05/2020 às 12:46•2 min de leitura
Um estudo publicado em 1º de maio no Journal of Virology apontou uma mutação no novo coronavírus muito semelhante à que ocorreu com o vírus SARS em 2003, o que pode indicar o enfraquecimento do vírus.
O Dr. Efren Lim (autor principal do estudo e professor assistente do Instituto de Biodesign da Universidade do Estado do Arizona) e sua equipe utilizaram uma nova tecnologia chamada sequenciamento de próxima geração para ler rapidamente o código genético do SARS-CoV-2 (nome científico do novo coronavírus). Essa tecnologia ajuda a determinar como o vírus está se espalhando, além de suas modificações e adaptações com o passar do tempo.
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
De acordo com o estudo, das 382 amostras de zaragatoa nasal examinadas de pacientes com o novo coronavírus no Arizona, uma única não apresentou parte significativa do genoma, com 81 pares não presentes.
Em comunicado, Lim explicou que “uma das razões pelas quais essa mutação é interessante é porque se assemelha a uma grande exclusão que surgiu no surto de Sars em 2003”.
Segundo pesquisadores, durante o meio e o final da epidemia de Sars em 2003, o vírus foi acumulando mutações que diminuíram sua força. Um vírus enfraquecido tende a causar sintomas mais amenos, ajudando sua propagação de forma eficiente entre a população, o que auxilia no aumento da imunidade geral.
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
Entretanto, ainda é muito cedo para afirmar que o novo coronavírus está começando a enfraquecer, afinal todos os pacientes que tiveram suas amostras examinadas no Arizona apresentavam os sintomas clínicos. Então mesmo a versão sem 81 dos pares ainda era forte o bastante para causar a doença.
Vale lembrar também que esta é a primeira deleção observada dentro dos 16 mil genomas de coronavírus sequenciados até o momento, representando menos de meio por cento das cepas circulando entre os 3,6 milhões de casos confirmados de covid-19 no mundo inteiro.
“Uma amostra é algo convincente que precisamos para dizer 'olhe só isso', significando que, se mais genomas de coronavírus forem sequenciados, os cientistas poderão encontrar mais instâncias desse genoma atenuado", afirmou Lim.