Estudo indica que coronavírus já circulava na França em 2019

07/05/2020 às 10:262 min de leitura

O coronavírus circulou na França quase um mês antes do governo francês confirmar o primeiro caso no país. A conclusão é de um estudo realizado por cientistas que testaram amostras de dezembro e janeiro de pacientes com pneumonia que testaram negativo para gripe.

Dos 24 casos analisados, um apresentou resultado positivo para covid-19. A amostra era de um homem de 43 anos, morador de Bobigny. Ele chegou ao hospital apresentando tosse seca, febre e dificuldade para respirar em 27 de dezembro.

Isso ocorreu quatro dias antes de o escritório da Organização Mundial de Saúde (OMS) na China ser informado de casos de pneumonia de causa desconhecida sendo detectadas na cidade chinesa de Wuhan.

Origem do contágio com coronavírus

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Antes de procurar ajuda médica, o paciente ficou doente por 15 dias em casa e seus dois filhos apresentaram sintomas da doença, mas não sua esposa.

Os estudiosos estimam que o contágio ocorreu provavelmente entre 14 e 22 de dezembro, mas ainda não conseguiram determinar a origem da contaminação pelo coronavírus. O homem não realizou nenhuma viagem e apenas teve contato com a sua família.

Uma das hipóteses é que a esposa tenha sido infectada, mas permaneceu assintomática, assim como 85% dos casos da covid-19. A mulher do paciente trabalhava ao lado de um supermercado próximo ao aeroporto Charles De Gaulle e pode ter tido contato com passageiros recém-chegados do exterior.

A importância do paciente zero

Identificar quem foi o primeiro paciente a ser infectado pelo coronavírus no país é importante para entender como a epidemia se espalhou. A França confirmou seus primeiros casos de covid-19 em 24 de janeiro, com dois pacientes em Paris e outro na cidade de Bordeaux, no sudoeste do país.

Apesar da identificação de um caso mais antigo, ainda em dezembro, o chefe de ressuscitação dos hospitais Avicenne e Jean Verdier Dr. Yves Cohen afirma que é cedo para saber ou não se esse foi o “paciente zero” da França.

A confirmação do caso francês pode indicar que a velocidade de transmissão da infecção ao redor do mundo pode ser ainda maior do que os cientistas imaginavam. Desta forma, o tempo de espera entre a avaliação da situação e a tomada de decisão deve ser ainda mais curto para conter a disseminação da covid-19.


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