497 dias presos na Antártica: a incrível história de Ernest Shackleton

18/05/2020 às 09:003 min de leitura

O britânico Ernest Shackleton estava obstinado a ser um dos grandes exploradores da Antártica. Depois de participar de duas expedições sem alcançar o Polo Sul, ele decidiu atravessar o continente gelado a pé. No entanto, seu barco ficou preso no gelo, e sua tripulação lutou durante 16 meses para sobreviver a temperaturas negativas.

(Fonte: Allthatsinteresting/Reprodução)(Fonte: Allthatsinteresting/Reprodução)

Sua progressão no mar foi rápida, mostrando a sua vocação. Em 1890, Shackleton iniciou sua carreira marítima, aos 16 anos, como aprendiz no veleiro Hoghton Tower, tendo percorrido o mundo durante 4 anos. Ao retornar da viagem, passou no exame para segundo-oficial e começou a trabalhar em um navio a vapor. Em 1898, foi certificado como Master Mariner, o que o qualificava para comandar qualquer navio britânico no mundo.

Expedição Nacional Antártica

Depois de passar por diversas empresas de transporte marítimo, Shackleton trabalhou durante a Guerra dos Bôeres, em 1899, onde conheceu o filho do principal patrocinador financeiro da Expedição Nacional Antártica.

O explorador conseguiu um encontro com o financiador da expedição, que lhe garantiu um lugar no navio Discovery, o qual partiu em 1901. Shackleton ficou responsável por realizar alguns experimentos científicos e ganhou confiança tanto da tripulação quanto do comando da expedição.

Novo recorde

O explorador foi um dos escolhidos para acompanhar o comandante da expedição, o capitão Robert Scott, em uma caminhada sobre o gelo para alcançar o ponto mais próximo do Polo Sul. A marcha estabeleceu um novo recorde de aproximação, mas 22 cães morreram, 3 homens sofreram de cegueira da neve, queimaduras por conta do gelo e escorbuto. Um deles era Shackleton, que foi mandado para casa mais cedo porque estava doente.

Expedição Nimrod

Depois de um período de recuperação, o explorador retornou à Inglaterra, onde foi muito requisitado por missões que buscavam resgatar expedições ao Polo Sul, inclusive o próprio navio Discovery.

O explorador tentou um cargo na Marinha Real Britânica, mas, sem sucesso, passou a oscilar em vários trabalhos, de jornalista a acionista de empresas. Até que, em 1907, Shackleton apresentou um novo plano de exploração no continente antártico: a expedição Nimrod. O objetivo dele era conquistar tanto o Polo Sul geográfico quanto o magnético, feito inédito na época.

Shackleton e sua tripulação foram as primeiras a viajar e ver o Planalto Polar Sul. Em 1909, mesmo sem alcançar o principal objetivo da viagem, o explorador chegou a 180 km do Polo Sul, um novo recorde de aproximação. Ao regressar à Inglaterra, tornou-se um herói popular e recebeu o título de "Comandante da Real Ordem Vitoriana do rei Eduardo VII".

Expedição Transantártica Imperial

Em 1914, após 5 anos colhendo as glórias e também os lucros de seus feitos, Shackleton preparou mais uma expedição. O objetivo, porém, não era mais alcançar o Polo Sul, pois o norueguês Roald Amundsen realizou tal feito em 1911. Agora o britânico queria ser o primeiro homem a atravessar o continente gelado de ponta a ponta (um caminho de 2,9 mil km).

Mesmo com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, a expedição recebeu a ordem de partida de Winston Churchill, o então Primeiro Lorde do Almirantado. Em 8 de agosto de 1914, o navio Endurance viu, pela última vez, as águas do mar da Inglaterra e partiu em direção à Antártica.

Afundamento do navio Endurance

(Fonte: Allthatsinteresting/Reprodução)(Fonte: Allthatsinteresting/Reprodução)

Em 5 de dezembro de 1914, quando o Endurance partiu da Geórgia do Sul — próximo da Argentina — em direção à baía de Vahsel, ficou preso em um banco de gelo. O navio ficou a deriva por 9 meses, esperando a chegada da primavera para poder seguir viagem.

No entanto, em setembro de 1915, quando o gelo começou a quebrar, uma forte pressão atingiu o casco da embarcação. Shackleton esperava que o Endurance se soltasse do gelo, mas percebeu que o navio estava afundando e ordenou o abandono da embarcação. Em 21 de novembro de 1915, o barco sucumbiu nas águas geladas e a tripulação passou a ficar acampada no gelo.

Resgate

(Fonte: Allthatsinteresting/Reprodução)(Fonte: Allthatsinteresting/Reprodução)

Em 24 de abril de 1916, para salvar a tripulação da morte, Shackleton partiu (em meio a uma tempestade no mar) para uma viagem de 1,30 mil km em um barco salva-vidas de 6 metros na direção à Geórgia do Sul.

De lá, enviou um barco para resgatar o restante de seus homens, ainda presos no continente antártico. Depois de 4 meses e meio, os 22 homens que ficaram totalmente isolados foram encontrados vivos e retornaram para casa.

Mesmo sem ter alcançado os seus objetivos iniciais, Shackleton cravou seu nome na história do Polo Sul por seus grandes feitos e sua paixão pelo continente gelado. Em 5 de janeiro de 1922, o explorador britânico faleceu de uma ataque cardíaco na Geórgia do Sul, quando tentava retornar mais uma vez para a Antártica.

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