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20/05/2020 às 05:00•1 min de leitura
Pesquisadores encontraram uma explicação para a existência de radiogaláxias em formato de X (XRG) no Universo. Estudos anteriores dessas galáxias incomuns ainda precisavam de imagens de alta qualidade, então um recém-construído telescópio instalado no deserto de Karoo, na África do Sul, foi capaz de produzir um registro da galáxia PKS 2014-55 com detalhes nunca vistos.
"O MeerKAT faz parte de uma nova geração de instrumentos que podem resolver mistérios antigos, ao mesmo tempo que encontram novos — essa galáxia mostra características nunca vistas nesses detalhes que não são totalmente compreendidos", disse William Cotton, principal autor do estudo e membro do Observatório Nacional de Radioastronomia dos Estados Unidos (NRAO).
Computadores combinam dados de 64 antenas de rádio instaladas em um telescópio de 8 quilômetros de diâmetro para fornecer imagens de qualidade sem precedentes da PKS 2014-55, o que permitiu solucionar o mistério de sua forma. Observada por um telescópio normal, a galáxia é uma mancha de luz que não chama atenção, mas um olhar atento para os seus comprimentos de onda de rádio permite visualizar o sistema estelar escondendo um tesouro gigantesco e brilhante no centro, com um X marcando o local.
(Fonte: Sarao/Reprodução)
De acordo com o estudo, a forma estranha da galáxia pode ser explicada por uma teoria conhecida como modelo de retorno hidrodinâmico. Localizada a 800 milhões de anos-luz da Terra, a PKS 2014-55 é na verdade um "bumerangue duplo", com dois jatos longos de ondas de rádio partindo de um enorme buraco negro no centro da galáxia. Cada braço do X se estende 2,5 milhões de anos-luz no espaço, uma distância equivalente entre a Via Láctea e a galáxia de Andrômeda, nossa vizinha principal mais próxima.
Eventualmente, os jatos podem retornar ao centro pela pressão do gás intergaláctico. À medida que fluem de volta para o centro do sistema, são desviados por sua pressão alta de gás para os braços horizontais mais curtos do bumerangue. Os jatos podem viajar milhões de anos-luz no espaço, muito além da borda da galáxia.