Artes/cultura
01/06/2020 às 09:00•2 min de leitura
O Fundo Direto de Investimento da Rússia (RFPI) confirmou que, a partir de 11 de junho, o primeiro medicamento aprovado para combater o novo coronavírus será disponibilizado amplamente para pacientes que estejam em quadros clínicos graves. Registrado como Avifavir, o antiviral será produzido para ser aplicado em cerca de 60 mil infectados por mês, sendo desenvolvido em parceria com a rede farmacêutica local ChemRar.
"O Fundo de Investimento Direto da Rússia (RFPI, na sigla em russo) e o grupo ChemRar anunciaram o recebimento do certificado de registro do Ministério da Saúde da Rússia para o Avifavir, medicamento que demonstrou ser eficaz contra a covid-19 durante os ensaios clínicos", afirmou o RFPI, em entrevista ao portal Reuters.
Sendo testado desde 2014, circulando no Japão para combater sintomas mais severos de gripe, porém com o nome Avigan, o medicamento, aprovado pela Organização Mundial da Saúde, já apresentou excelentes indicativos de eficiência após ser utilizado em cerca de 330 pessoas, resultando em uma amenização dos sintomas depois de quatro dias de aplicação.
"O Afivavir é não apenas o primeiro antiviral registrado contra o coronavírus na Rússia, mas também possivelmente o remédio mais promissor do mundo contra a covid-19 [...]", disse Kirill Dmitriev, responsável do RFPI, informando, também, que o medicamento, criado originalmente em 1990 por uma companhia japonesa, sofreu importantes otimizações e que os detalhes serão compartilhados publicamente daqui a quinze dias.
(Fonte: Physician´s Weekly/Reprodução)
Mesmo não havendo vacinas oficiais com resultados cientificamente comprovados contra o coronavírus, o remédio russo, conhecido genericamente por favipiravir, surge como pioneiro no tratamento amplo para a covid-19, apesar de já existir o antiviral Remdesivir que, mesmo com resultados importantes no combate ao vírus, possui utilização extremamente restrita e limitada a poucos acessos clínicos emergenciais.
Com os testes do antiviral sendo iniciados ainda em março, quando a situação de pandemia foi oficialmente decretada, não há garantia de sucesso em uma situação de larga escala, especialmente comparando-se os 330 testados com os mais de seis milhões contaminados pelo mundo.
"Acreditamos que isso é um divisor de águas. Isso reduzirá a tensão no sistema de saúde, teremos menos pessoas entrando em uma condição crítica", concluiu Dmitriev. "Acreditamos que a droga é a chave para retomar a atividade econômica completa na Rússia".