Ciência
04/06/2020 às 11:38•2 min de leitura
Um dos estudos mais aguardados a respeito do uso da hidroxicloroquina no combate à covid-19 foi divulgado ontem (03) nos Estados Unidos pelo The New York Times. A conclusão à qual os autores chegaram é de que o medicamento não tem eficácia contra o novo coronavírus.
Liderado por pesquisadores da Universidade de Minnesota, o ensaio clínico controlado contou com a participação de 821 pacientes americanos e canadenses, entre profissionais de saúde e pessoas que foram expostas, em casa, a infectados pelo Sars-CoV-2. O objetivo era verificar se o remédio previne a doença.
Parte dos voluntários recebeu cloroquina e hidroxicloroquina, tradicionalmente utilizadas nos tratamentos contra malária e lúpus, entre outras doenças, enquanto os demais receberam um placebo. Dentre os que tomaram as substâncias, 11,8% desenvolveram sintomas da covid-19, contra 14,3% dos tratados com placebo.
A droga tem sido utilizada em muitos países para prevenir e tratar a doença provocada pelo novo coronavírus.
Conforme os cientistas, essa diferença é insignificante, já que a hidroxicloroquina e o placebo apresentaram praticamente o mesmo resultado. "Nossos dados são bastante claros de que, para a pós-exposição, isso realmente não funciona", comentou o médico e autor principal do estudo, David Boulware.
O estudo da Universidade de Minnesota sobre a hidroxicloroquina revelou, ainda, que o medicamento causou efeitos colaterais em 40% dos participantes, que mencionaram náuseas, diarreia e dor de estômago, entre outras condições, denominadas pelos pesquisadores como "não graves". Com relação a complicações cardíacas, uma das maiores preocupações dos especialistas que são contra a utilização do remédio, o estudo não encontrou evidências do problema.
Ao comentar os resultados da pesquisa, Boulware disse estar desapontado pelo fato de a cloroquina não prevenir a covid-19, mas ao mesmo tempo satisfeito por sua equipe "ter conseguido fornecer uma resposta conclusiva" a respeito dessa questão.
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