Estilo de vida
05/06/2020 às 11:30•1 min de leitura
Manguezais estão sofrendo com o aquecimento global e poderão desaparecer em 2050 com o aumento do nível do mar, segundo um novo estudo publicado nesta quinta-feira (04) na revista Science. Os pesquisadores envolvidos na análise alertaram que, se esta previsão se cumprir, graves consequências ambientais serão geradas.
Este ecossistema, natural de locais com temperaturas mais elevadas, acumula sedimentos e migra para longe das margens quando a maré sobe. No entanto, seu sistema de adaptação às marés não suporta mudanças muito rápidas.
Para entender o limite deste bioma, os pesquisadores estudaram 78 locais diferentes e seu processo de resiliência durante os últimos 10 mil anos. Os resultados deste estudo demonstraram que este ecossistema dificilmente suportaria uma elevação do nível do mar acima de 6 mm.
No entanto, considerando o cenário mundial de emissões de gás carbônico, especialistas preveem que haja uma elevação de 7 mm por ano até 2050. "Se eles [os manguezais] desaparecerem, haverá desequilíbrios no número de peixes e outras espécies que dependem deles", alertou Erica Ashe, coautora do estudo e cientista na Universidade Rutgers, ao site Earther.
Além disso, a ausência desta vegetação deixaria comunidades costeiras desprotegidas de tempestades. O vice-presidente da ONG Conservação Internacional, Will Turner, lembrou que a extinção dos manguezais ainda terá outros dois grandes impactos.
O primeiro será no controle de gás carbônico na atmosfera, já que estes biomas são capazes de absorver mais CO2 do que as próprias florestas tropicais. O segundo impacto será na economia familiar de pescadores que, em alguns locais, dependem diretamente dos manguezais para sobreviverem.
“É fundamental que reduzamos o aumento do nível do mar para diminuir esses impactos nas comunidades e garantir que os manguezais continuem a florescer, proteger as pessoas e absorver grandes quantidades de carbono”, concluiu Turner.
Aumento do nível do mar pode extinguir manguezais em 2050 via TecMundo