Estilo de vida
08/06/2020 às 10:46•2 min de leitura
Um estudo realizado na Universidade de Florença (Unifi), na Itália, foi capaz de encontrar uma “chave” que seria capaz de controlar diretamente a resposta do nosso sistema imunológico contra as infecções oriundas do coronavírus. A pesquisa foi publicada no periódico científico Journal of Clinical Investigation. Para sua realização, cerca de trinta pacientes, que estão internados em um hospital universitário de Careggi foram submetidos a um tratamento específico que regulasse a resposta no organismo. As informações são da ANSA, principal agência de notícias da Itália.
Por meio de uma nota divulgada pela Universidade, o grupo de pesquisadores foi formado por membros da própria Unifi, além de especialistas do Careggi. Os estudiosos afirmaram que, ao observar mudanças no sangue dos pacientes afetados pela covid-19, houve uma diminuição e também alteração no que diz respeito ao funcionamento de um grupo células do sistema imunológico. Segundo eles, essa mudança ocorria por conta do “incremento do estado inflamatório que se associa à progressão da doença”.
Itália foi um dos países mais afetados pela pandemia do coronavírus no começo da infecção. (Fonte: Unsplash)
O sistema imunológico é, de fato, decisivo no combate a severos problemas que o organismo venha a sofrer. Francesco Annunziato, mentor do estudo e também professor de doenças gerais da Universidade de Florença, reconhece que "a resposta imunológica tem um papel crucial no combate à infecção viral", conforme explicou à ANSA. Dessa forma, conforme explicado também por ele, se essa resposta não pode ser controlada, em alguns casos mais graves, pode causar um dano similar ao que o vírus e levar o paciente a desenvolver complicações severas, como uma doença respiratória aguda.
O tratamento utilizado na pesquisa inclui como base um anticorpo monoclonal, isto é, aquele produzido por um único clone de um único linfócito B parental. Esse anticorpo já tinha sido utilizado anteriormente no tratamento de pacientes com artrite reumatoide de moderada à grave, artrite idiopática juvenil sistêmica, poliartrite idiopática juvenil e também com a síndrome de liberação de citocinas induzidas por linfócitos Cart-T.
"Nós observamos que no sangue periférico dos pacientes houve reduzidos níveis de três subpopulações de linfócitos - os T e B e as células Natural Killer. Além de uma redução numérica, essas células mostraram uma capacidade reduzida de produzir moléculas de ação antiviral, ainda mais inferior nos pacientes que foram internados em unidades de terapia intensiva", considerou Annunziato em entrevista ao jornal local Firenze Today.
Nesse sentido, a pesquisa se faz bastante importante com relação à infecção do coronavírus, pois traz à tona uma forma mais eficaz de ajudar o sistema imunológico a dar uma “resposta” a ele.