Artes/cultura
15/06/2020 às 05:30•1 min de leitura
A empresa Relida Limited está desenvolvendo um algoritmo que promete “conferir a veracidade” de orgasmos femininos. A novidade foi divulgada no Twitter por Stu Nugent, gerente da marca de brinquedos sexuais Lelo. Na publicação, o gerente compartilhou imagens da apresentação do produto — que teve centenas de compartilhamentos e gerou muitas críticas. “Aqui estão alguns slides para sua diversão/raiva”, ele escreveu ao final.
O gerente postou slides da apresentação do algoritmo que, entre outros dados, incluíam estatísticas sobre mulheres que já fingiram o orgasmo. Em um comunicado à BBC, a Relida afirmou que não esperava uma divulgação precoce, já que a tecnologia ainda está em desenvolvimento.
A empresa disse que não “há evidências que comprovem a ocorrência do orgasmo feminino”, mas é possível conferir uma mudança no ritmo cardíaco durante o clímax, segundo alguns pesquisadores — e este seria o principal parâmetro de análise do algoritmo.
Received a pitch presentation from a "female well being sex tech start-up" (five dudes) that can "confirm" and "validate" female orgasms, that could help my company develop better sex toys. Here are some slides, for your enjoyment/anger. pic.twitter.com/wwbk9NUDB3
— Stu Nugent (@CrookedNuts) June 9, 2020
Em resposta às críticas, um porta-voz da empresa descreveu o tweet de Stu Nugent como antiético e disse que a intenção não era direcionar o produto para o público feminino ou masculino. “Esse é um assunto delicado e que pode criar mais pressão sobre as mulheres”, afirmou. Apesar disso, a empresa afirmou que o produto “foi pensado por uma mulher para promover o bem estar de outras mulheres”.
Enquanto a desenvolvedora defendeu que seu produto é baseado na ciência, o gerente da Lelo afirmou que a empresa quer solucionar um problema inexistente. “A ideia de conferir a ocorrência de um orgasmo contra a palavra da pessoa que está tendo (ou não) é perigosa”, afirmou Nugent.
Novo algoritmo tenta “conferir veracidade” de orgasmos femininos via TecMundo