Artes/cultura
17/06/2020 às 03:00•2 min de leitura
Em um artigo publicado na revista Scientific Reports, uma equipe de paleontólogos da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, anunciou a descoberta de pegadas muito antigas próximas a Sacheon, na Coreia do Sul. A princípio consideradas como de um réptil voador (pterossauro), foram agora declaradas pelos pesquisadores como pertencentes a um ancestral de crocodilo de 110 milhões a 120 milhões de anos atrás.
Localizadas pelo galês Martin Lockley, as pegadas fossilizadas revelam impressões da pele dos calcanhares e dos dedos dos pés do animal em trilhas de 7 a 9 centímetros e meio de comprimento. O especialista afirmou que as pisadas são compatíveis com as de Crocodylomorpha, ancestral dos crocodilos modernos e que andava nas duas patas traseiras.
A descoberta do animal, batizado como Batrachopus grandis, pode revolucionar tudo o que se sabe a respeito dos crocodilos. Geralmente as pessoas não dão nada por eles, disse o cientista, brincando que ninguém jamais perguntaria "e se ele fosse bípede e pudesse correr como um avestruz ou um T. Rex?".
(Fonte: Kyung Soo Kim/Chinju National University of Education/Reprodução)
O que fez com que os pesquisadores acreditassem que essas marcas foram feitas por um crocodilo, e não por um dinossauro ou pássaro, é que há uma impressão completa da pata, e isso não acontece com pegadas de pássaros ou dinossauros, que andam na ponta dos pés. Coautor do artigo, o professor Kyung Soo Kim, da Universidade Nacional de Educação de Chinju, na Coreia do Sul, destaca que "a falta de marcas de arrasto de cauda deixou claro que essas criaturas estavam se movendo bipedalmente".
A descoberta permitiu corrigir o registro feito pela mesma equipe de pesquisadores em 2012. Conforme Lockley, as pegadas encontradas há 8 anos não eram de pterossauros voadores, mas sim de outro animal: Batrachopus grandis, o crocodilo bípede.