Múmia milenar de guerreiro era, na verdade, menina de 12 anos

22/06/2020 às 12:002 min de leitura

Uma escavação de emergência realizada em 1988, na Sibéria, especificamente na República de Tuva, atualmente parte da Rússia, revelou a tumba de um "guerreiro" mumificado em ótimo estado de preservação.

Na época, os arqueólogos responsáveis pela descoberta, Marina Kilunovskaya e Vladimir Semyonov, identificaram a múmia como sendo de um rapaz de 12 anos. Contudo, novas tecnologias revelaram agora que, na verdade, trata-se de um corpo feminino.

O que os pesquisadores encontraram?

Tumba. (Fonte:  Vladimir Semyonov, M.O. Mashezerskaya / The Siberian Times)Tumba. (Fonte:  Vladimir Semyonov, M.O. Mashezerskaya / The Siberian Times)

Ao abrirem a tumba, os arqueólogos ficaram impressionados com o estado da múmia, que preservara até mesmo uma verruga no rosto, mesmo tendo cerca de 2.600 anos.

O corpo foi sepultado com armas, incluindo um machado de batalha, um arco e dez flechas de 70 centímetros cada. Eles também notaram um corte em seu abdômen, indicando que houve tentativa de mumificação artificial.

Por suas características, a múmia foi associada aos Citas e Sármatas, povos iranianos com relações parentescas que dominaram a Cítia, vasta região da Eurásia, na Antiguidade.

Sinais de prestígio

Flechas. (Fonte:  Vladimir Semyonov, M.O. Mashezerskaya / The Siberian Times)Flechas. (Fonte:  Vladimir Semyonov, M.O. Mashezerskaya / The Siberian Times)

A presença de diversas armas de qualidade, como as flechas variadas feitas com ossos, bronze e madeira, imediatamente sinalizaram que esta seria a tumba de um guerreiro honrosamente reconhecido.

Além disso, esta pessoa havia sido sepultada vestindo um casaco de pele e uma capa de couro com ornamentos coloridos, o que também indica cuidados com alguém respeitado na sociedade em questão.

Menino ou menina?

Estojo das flechas. (Fonte:  Vladimir Semyonov, M.O. Mashezerskaya / The Siberian Times)Estojo das flechas. (Fonte:  Vladimir Semyonov, M.O. Mashezerskaya / The Siberian Times)

A idade da pessoa no momento da morte foi corretamente identificada como sendo entre 12 e 13 anos. Não havia espelhos, adornos ou outros elementos geralmente encontrados junto de múmias femininas, portanto foi concluído que o sexo era masculino.

Porém, a ciência avançou e corrigiu este erro quanto ao gênero. Atualmente, é possível realizar o sequencimento completo do genoma de múmias, e saber com certeza o gênero e demais características biológicas através do DNA.

Amazonas

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Esta descoberta reforça a noção (amplamente aceita hoje em dia) de que o mito grego das Amazonas, mulheres guerreiras, não é mera invenção mitológica.

O grego Hipócrates escreveu especificamente sobre guerreiras Sármatas, que lutavam somente enquanto ainda eram virgens. Após casarem, abandonavam a guerra.

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