Estilo de vida
29/06/2020 às 12:00•2 min de leitura
Uma pesquisa apresentada na última quarta-feira (24) na Conferência de Goldschmidt, encontro anual organizado pela Associação Europeia de Geoquímica e Sociedade Geoquímica norte-americana determinou que os dois diamantes mais famosos do mundo -- o Hope e o Cullinan -- se formaram a uma profundidade muito maior do que a da maioria dos demais.
Na verdade, segundo a nova pesquisa essas duas pedras preciosíssimas se formaram num dos locais mais profundos da Terra, numa região próxima ao núcleo do planeta.
Os estudos até hoje mostraram que todos os diamantes naturais existentes no mundo se formaram a distâncias entre 150 a 200 quilômetros de profundidade, sob a pressão que existe no local onde a crosta terrestre encontra o manto externo mais fluido, o que representa a camada média do planeta.
Essa pressão existente abaixo das placas tectônicas é que empurra as gemas até a superfície, pois nenhum instrumento de mineração jamais chegou perto desses locais de nascimento.
Porém, o novo estudo, divulgado na conferência virtual, propõe que os dois diamantes mais impressionantes já encontrados não se formaram a profundidades médias, mas a muitos quilômetros abaixo da superfície do que poderíamos pressupor.
O diamante "Coração do Oceano" do filme Titanic se inspirou no Hope. (Fonte: Giphy)
Embora o Hope e o Cullinan sejam pedras que se destacam das demais por sua beleza diferenciada, é bom lembrar que todos os diamantes são formados por cristais de carbono junto com diversas impurezas químicas presentes no fundo da Terra. Portanto, diamantes da mesma espécie provavelmente se formaram em condições semelhantes.
Pesquisadores do Instituto Americano de Gemologia analisaram duas gemas menos famosas porém com as mesmas características do Hope e do Collinan. Em ambos foram encontradas impurezas semelhantes mas também outras diferentes de qualquer outro diamante.
Essa diferenciação se deve à presença de um mineral chamado bridgemanita, que é muito comum no interior da Terra, mas que não se forma nem na crosta e nem no manto superior, mas somente nas camadas "superprofundas" mais próximas ao núcleo. Esse fato comprovou a teoria dos pesquisadores.
Evan Smith, líder da pesquisa do Instituto Gemológico, declarou: "Encontrar esses minerais presos em um diamante significa que o próprio diamante deve ter se cristalizado a uma profundidade em que existe a bridgmanita, muito profunda dentro da Terra."