Estilo de vida
13/07/2020 às 06:00•2 min de leitura
Uma pesquisa recente investigou as principais diferenças do impacto da covid-19 entre adultos e crianças. O artigo final do estudo, publicado no periódico American Journal of Physiology, revelou que apenas 1,7% dos primeiros infectados pela doença nos Estados Unidos eram bebês, crianças ou adolescentes com menos de 18 anos.
Alguns fatores como as diferenças na fisiologia pulmonar e na função imunológica em crianças podem ser o principal motivo para que elas sejam as mais poupadas de doenças graves como a desenvolvida pelo coronavírus.
(D3sign/Getty Images/Reprodução)
Para a realização da pesquisa, os especialistas também se basearam em alguns dados relevantes com relação a população pediátrica que já estavam disponíveis para análise prévia. Por lá, por exemplo, apenas três mortes de crianças foram identificadas pelo pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em abril de 2020. Um dado curioso é que os indivíduos com menos de 18 anos representam 22% da população estadunidense.
De acordo com algumas informações presentes no estudo, ao realizar as análises, os pesquisadores perceberam que as crianças possuem naturalmente menos enzimas de conversão da angiotensina 2, também chamada de ACE2, a porta de entrada para que o coronavírus possa atingir as células do corpo.
Matthew Harting, autor sênior do estudo e também pesquisador no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em Houston, afirmou, por meio de um comunicado, que a quantidade dessa enzima nas células pode aumentar conforme a idade, conforme investigado em alguns testes clínicos.
O estudo também apurou que o sistema imunológico das crianças consegue responder à presença do vírus de uma forma diferente daqueles em idades mais avançadas, o que pode diminuir o impacto, de alguma maneira, da infecção.
Pesquisa descobre fatores comparativos entre crianças e adultos com relação ao coronavírus (Pixabay/Reprodução)
Um dos fatores é a retenção de células T reguladoras, que são capazes de combater ou até mesmo limitar as infecções. “Em casos graves de pacientes adultos com a covid-19, percebemos que as células T são reduzidas, portanto a capacidade de combater o vírus também é reduzida”, contou Harry Karmouty-Quintana, coautor do estudo. No entanto, isso não significa que elas não corram risco de pegar a doença e estejam totalmente imunes à doença.
Recentemente, uma revisão sistemática que inclui 131 pesquisas realizadas por 26 países diferentes, mostrou, inclusive, que a maioria das crianças que contraíram a doença causada pelo coronavírus tiveram um quadro clínico positivo em comparação aos adultos. As pesquisas levaram em consideração os quatro primeiros meses da pandemia.