Estilo de vida
17/07/2020 às 11:00•2 min de leitura
Durante uma incursão arqueológica realizada por pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH), vestígios de um antigo palácio asteca foram encontrados sob o edifício Nacional Monte de Piedad, uma tradicional casa de penhores erguida em 1755 e localizada no centro da Cidade do México. A descoberta das ruínas evidenciou, ainda, um importante período histórico local, com o palácio tendo sido palco para implicações relevantes na história do país.
Segundo os historiadores, as lajes encontradas por baixo da loja faziam parte de um grande salão do palácio de Axayácatl, governador asteca de Tenochtitlan durante o século XV. Seu filho, Moctezuma II, também ocupou a residência após o reinado do pai, tendo sido um dos últimos grandes nomes do Império Asteca e encontrando sua morte em 1520, um ano antes da queda da capital imperial.
(Fonte: INAH/Reprodução)
"Eles [os espanhóis] remodelaram uma sala para celebrar a missa e, ali mesmo, também mantiveram vários governantes em cativeiro, começando com o seu anfitrião distinto: Moctezuma Xocoyotzin", disse o INAH em comunicado. O instituto reforçou, ainda, que os vestígios faziam parte de construções sagradas astecas, destruídas logo após a invasão dos espanhóis como uma mensagem simbólica contra o domínio nativo.
O arqueólogo Raúl Barrera afirma que as lajes "foram as mesmas por onde perambularam os invasores espanhóis e seus aliados na chegada a Tenochtitlan, em 8 de novembro de 1519", com a validação de Moctezuma, que "permitiu que ficassem alojados nas casas velhas que haviam pertencido a seu pai e, em pouco tempo, foram convertidas em quartel".
Os especialistas do INAH também confirmaram que o local escavado havia sido uma residência do conquistador espanhol Hernán Cortés em 1521, ano da tomada de Tenochtitlan. O palácio de Axayácatl serviu como uma das principais fundações dos espanhóis, instalando-se tropas após a derrubada de diversas estruturas matriarcais dos astecas, incluindo locais de oração e simbólicos para o extinto império.
Posteriormente ao domínio dos invasores, a edificação foi responsável por inaugurar a sede da Nova Espanha e a sede do marquesado do Vale de Oaxaca, resultando em um importante local de domínio na época, onde deu-se início uma série de reconstruções que acabaram consolidando o desaparecimento de grande parte das obras astecas.
Atualmente, o centro histórico da Cidade do México é um dos grandes pólos de escavações e descobertas importantes que costuram um pouco mais a história de formação do país, assim como a interferência externa determinante para o desaparecimento de tradições antigas.