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17/07/2020 às 16:00•2 min de leitura
A chegada do primeiro ser humano nas Américas é um dos feitos mais importantes da história do planeta Terra. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que eles haviam aparecido deste lado do mundo durante a Era Glacial há 13 mil anos, ou seja, na época conhecida como Cultura Clóvis. Entretanto, um estudo feito a partir de fezes humanas pré-históricas mostra que a chegada pode ter acontecido um tantinho antes do esperado.
O trabalho foi feito em conjunto pelos pesquisadores da Universidade de Newcastle e da Universidade de Bristol, e foi liderado pela Dra. Lisa-Marie Shillito.
A Dra. Shilito escavando nas cavernas Paisley. (Fonte: Dr. John Blong/Newcastle University/Reprodução)
A pesquisa, que está publicada no periódico Science Advances, literalmente fez o uso das fezes encontradas em terras americanas. O cocô é originado das cavernas Paisley, no Oregon, Estados Unidos.
Quando encontrado, o dejeto sofria com fortes desconfianças e dúvidas referentes ao fato dele ser realmente de um ser humano pré-histórico. Dessa forma, o intuito do trabalho era confirmar a ideia de que as fezes seriam realmente de 14 mil anos atrás.
Os pesquisadores já haviam apresentado que a amostragem continha DNA mitocondrial humano, mas ainda assim existiam especialistas céticos quanto a utilidade do dejeto. Sendo assim, esta nova pesquisa das universidades de Bristol e de Newcastle procurou comprovar a veracidade do projeto.
O estudo encontrou uma nova forma de defender a ideia de que os dejetos são, de fato, humanos: a observação de biomarcadores de lipídios. Isso porque essa forma de análise está menos propensa a sofrer contaminação e a errar. Segundo Shilito, 13 das 21 fezes fossilizadas que foram encontradas apresentavam lipídios humanos.
Entretanto, a presença de sinais de lipídios caninos nas fezes levantou incertezas e muniu céticos contra o trabalho. Bom, apenas na cabeça dos opositores, já que para os pesquisadores isso só ajuda a confirmar a teoria de que já existiam humanos americanos naquela época.
A certeza vem do fato de ser muito comum que cães comam as fezes de pessoas e, dessa forma, em seus dejetos acabem aparecendo os lipídios do animal e os lipídios dos humanos. Assim, mesmo que fosse um cocô de um cachorro, significaria que ele havia tido contato com humanos pela presença dos nossos lipídios.
(Fonte: Pixabay)
Com isso, esse resultado traz pontos positivos para as teorias dos pesquisadores de que já existiam homens nas Américas durante um período pré-Clóvis, há cerca de 14 mil anos atrás.