Continente americano teria sido ocupado há mais de 30 mil anos

22/07/2020 às 09:522 min de leitura

Uma nova pesquisa divulgada no periódico científico Nature traz fortes evidências sobre a ocupação de terras americanas ter ocorrido muito antes do que se pensava. Assinado por pesquisadores de quatro continentes, incluindo três estudiosos brasileiros, humanos habitaram o atual território mexicano há cerca de 30 mil anos.

Os vestígios que reforçam tal assertiva estavam enterrados na Caverna Chiquihuite, em Zacatecas, e englobaram mais de 1.900 ferramentas de pedra com datações distintas, sendo as mais antigas avaliadas entre 33,1 mil e 31,4 mil anos. Dessa forma, o achado supera substancialmente os itens mais antigos que haviam sido formalizados pela comunidade arqueológica, que são os de Monte Verde, no sul do Chile, com idades de 14,5 mil anos.

(Fonte: AFP/Reprodução)(Fonte: AFP/Reprodução)

"As descobertas apoiam o cenário, até agora demonstrado em alguns poucos sítios, que existiam pessoas no continente durante o Último Máximo Glacial (antes do fim da Idade de Gelo), cerca 25 mil anos atrás", disse a arqueóloga Jennifer Watling, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP). "Porém, o estudo do México vai mais longe ainda por mostrar evidências arqueológicas em depósitos datados de 33 mil anos de idade, o que constitui — junto com os trabalhos no Piauí, no nordeste do Brasil — as evidências mais antigas da ocupação das Américas."

Análises exaustivas de materiais

Segundo Watling, as ferramentas passaram por inúmeras séries de técnicas de datação, tanto com a utilização de sistemas computadorizados quanto com conhecimento teórico e prático de observação de vestígios arqueológicos. "Os artefatos líticos [de pedra] foram analisados tecnologicamente, mas também por análise petrográfica, que comparou a sua composição mineralógica com a da geologia da caverna", comentou. "Essas análises foram fundamentais para identificar uma origem não local para essas rochas, que foram levadas para a caverna e trabalhadas por seres humanos."

(Fonte: Devlin A. Gandy/Reprodução)(Fonte: Devlin A. Gandy/Reprodução)

Restos de fauna e vegetação, como palmeiras, também foram identificados em meio aos sedimentos, sugerindo a presença não somente de humanos, mas a execução de diversas atividades exploratórias possivelmente relacionadas à colonização

Confiantes de que as evidências da Caverna Chiquihuite serão aceitas pela grande maioria dos especialistas, os próximos passos serão, segundo os pesquisadores, identificação genética dos indivíduos e como se deu o processo de colonização no âmbito sistemático.

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