Artes/cultura
30/07/2020 às 02:52•2 min de leitura
Com condições climáticas perfeitas, o rover Perseverance decolou da Terra rumo a Marte com o sucesso que a NASA esperava. Conduzido por um propulsor Atlas V da United Launch Alliance, o veículo vai deixar a atmosfera da Terra e pousar em solo marciano — se tudo sair conforme o planejado — em 18 de fevereiro de 2021.
Após quase sete meses de viagem pelo espaço, a Perseverance deve passar por um processo arriscado de pouso em Marte chamado pelos cientistas de "Sete Minutos de Terror": com o início da sequência ordenada da Terra, o veículo vai ter que avançar pela atmosfera marciana por conta própria. Juntamente com a Perseverance está o helicóptero Ingenuity, pesando apenas 1,8 kg, que vai voar pela atmosfera do Planeta Vermelho pela primeira vez e entender melhor as condições locais.
O veículo Perseverance. (Fonte: NASA/ Divulgação)
Após um pouso bem-sucedido em Marte, a Perseverance vai passar os anos seguintes explorando a superfície do planeta, mais especificamente a cratera Jezero, com 45 quilômetros de diâmetro, de onde vai coletar entre 30 e 35 amostras em busca de sinais de vida. O local é propício pois supostamente teria havido lá um lago e o delta de um rio há bilhões de anos.
Para trazer essas amostras para a Terra, o desafio vai ser ainda maior: duas missões devem partir da Terra em 2026, realizadas em conjunto pela NASA e pela Agência Espacial Europeia, para buscar tudo que a Perseverance coletar.
Além de todas as coletas que a Perseverance deve realizar em Marte, o veículo também vai tirar fotos de diversos tipos da superfície do planeta e realizar alguns experimentos científicos, como o MOXIE, sigla para Mars Oxygen ISRU Experiment, um hardware que vai transformar o dióxido de carbono da atmosfera marciana em oxigênio — um importantíssimo passo para as primeiras missões tripuladas até o Planeta Vermelho, previstas pela NASA para a década de 2030.
O sucesso das operações da Perseverance é crucial para a definição do futuro dessa "nova corrida espacial" e vai dizer quando — e se — finalmente o ser humano vai voltar a pisar na Lua e, pensando ainda mais longe, caminhar na superfície empoeirada do nosso planeta-irmão Marte.