Estilo de vida
31/07/2020 às 04:00•2 min de leitura
O escaneamento do interior de duas pequenas múmias do Antigo Egito chamou atenção dos cientistas. Na expectativa de encontrarem corações, os pesquisadores se depararam com conteúdos que não eram sequer humanos, mas guardam relação com as crenças antigas.
Uma das múmias estava cheia de grãos e lama, enquanto a outra continha restos de um pássaro — provavelmente um falcão, — faltando vários órgãos e um parte do corpo. Com 2 mil anos de idade, as duas múmias era mantidas em sarcófagos e foram guardadas no National Maritime Museum, em Haifa, Israel, durante 50 anos.
O escaneamento foi feito por uma tomografia computadorizada no Rambam Hospital. A ideia de investigar veio do fato de que os curadores se deram conta de que não sabiam o que havia dentro delas.
Ao Live Science, o registrador e chefe de gerenciamento de coleções dos Museus Haifa, Ron Hillel, declarou que "os registros não eram mantidos com tanta diligência como são agora".
A descoberta causou estranheza porque os antigos egípcios costumavam deixar o coração dentro da múmia. Ron Hillel explica que, na crença egípcia, o coração da pessoa seria pesado depois da morte. Se ele pesasse o mesmo que uma pena, a pessoa ganharia vida eterna. Caso contrário, seria destruída.
Os dois casos foram diferentes. "Elas não são múmias reais; são artefatos" afirmou a Dra. Marcia Javitt, presidente de radiologia do Rambam Hospital e uma das pessoas que realizou a tomografia.
Uma das múmias está no formato humano, com 45 centímetros, e foi elaborada para se parecer com Osíris, deus da morte, do além, da vida e da vegetação. Nesse sentido, é possível entender porque o conteúdo é composto de lama e grãos.
A outra múmia foi feita no formato de pássaro, o que representa o deus Hórus, filho de Osíris, associado aos céus e aos faraós. Os restos de pássaro dentro dela parecem confirmar essa relação.
Ron Hillel também declarou que o museu vai realizar uma exibição especial sobre as duas múmias.