Saúde/bem-estar
07/08/2020 às 05:00•2 min de leitura
Um estudo monitorado por cientistas da Universidade de Manchester e de instituições norte-americanas aponta que há grande probabilidade do coronavírus ser transmitido por partículas disseminadas pelo ar. Após uma pesquisa realizada com 2 mil voluntários, foi constatado que pessoas com mais de 1,83 metro têm chances dobradas, em relação aos menores, de serem infectados pelo Sars-CoV-2.
Segundo os estudiosos, o experimento comprova, de fato, que a transmissão do coronavírus não ocorre de maneira exclusiva através de gotas de saliva — ou gotículas descendentes — como a OMS havia comunicado. A questão de pessoas mais altas apresentarem índices significativos em comparação com as mais baixas pode sugerir que têm o primeiro contato com as micropartículas de ar, aumentando substancialmente a probabilidade de contágio.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
"Os resultados desta pesquisa em termos de associações entre altura e diagnóstico sugerem que a transmissão de gotículas descendentes não é o único mecanismo de transmissão e a transmissão por aerossóis é possível", comentou o professor Evan Kontopantelis, um dos autores do estudo.
A comunidade científica seguiu pressionando a Organização Mundial da Saúde após a emissão de afirmativas que alertavam sobre a exclusividade da transmissão via contato por saliva. Foram necessárias mais de 239 assinaturas de especialistas que solicitaram à OMS, por meio de uma petição, a retratação de tais declarações para que, somente assim, a instituição fosse ao público avisar que "a transmissão de aerossóis de curto alcance não pode ser descartada".
(Fonte: The Telegraph/Reprodução)
Além disso, diversos pesquisadores que acreditam no contágio através de partículas de ar já publicaram notas reforçando a necessidade de políticas de purificação aérea, a fim de evitar que a situação pandêmica sofra agravantes.
Apesar do embate, o estudo sobre o contágio por aerossóis em indivíduos mais altos não foi realizado com a proposta de confrontar a OMS sobre as restrições da infecção, mas sim com a intenção de identificar a relação entre as probabilidades de transmissão da covid-19 e os atributos físicos do indivíduo e de que forma isso pode refletir para a comunidade.