Ciência
10/08/2020 às 08:00•2 min de leitura
Hoje em dia, existe só uma espécie de humano — o Homo sapiens —, mas há milhares de anos existiam também outros ancestrais, como os Homo erectus, os neandertais, os denisovanos... E tudo indica que as espécies cruzavam bastante entre si.
Os cientistas já sabiam que muitos cruzamentos entre neandertais e Homo sapiens aconteceram quando a nossa espécie migrou em massa da África para a Europa, entre 50 e 30 mil anos atrás. Um estudo de 2010 apontou que uma parte do DNA dos humanos modernos da Europa e Ásia, de 1% a 4%, vem dos neandertais. Outras pesquisas mostraram que pessoas em ilhas do Pacífico têm amostras de material genético de outro hominídeo antigo, os denisovanos.
Agora, um novo estudo mostra que nossos ancestrais fizeram ainda mais cruzamentos entre espécies do que se pensava.
Tem um pouco de DNA neandertal nos seres humanos modernos. (Fonte: Wikimedia Commons)
Uma equipe de três cientistas se uniram para realizar esse estudo, que sequenciou os genomas de um neandertal, um denisovano e os comparou com o DNA de dois humanos modernos. Os resultados da experiência foram publicado no início de agosto no jornal científico PLOS Genetics.
Uma das descobertas do estudo é que os Homo sapiens já "se envolviam" com os neandertais muito antes do que os estudos anteriores tinham calculado: há evidências de cruzamentos entre as espécies entre 200 e 300 mil anos atrás.
Sequenciamento de DNA também indica que nossos ancestrais cruzaram com o homo erectus (Fonte: Wikimedia Commons)
Além disso, os cientistas calcularam que cerca de 1% do DNA dos denisovanos vem de um ancestral que ninguém sabe qual é — cerca de 15% desses genes podem ter passado para os seres humanos modernos. Entre tantas porcentagens, a conclusão é que a genética da nossa espécie passou por uma história bem mais complexa do que costumamos imaginar.
Uma teoria diz que esse ancestral desconhecido seria o Homo erectus, já que ele também andava por aqueles lados da Ásia e Pacífico, na mesma época. Mas, como o DNA dessa espécie ainda não foi sequenciado, não é possível comprovar se isso é verdade.