Estilo de vida
11/08/2020 às 04:00•2 min de leitura
A descoberta de artefatos de 3 mil anos no sítio arqueológico Kirbhet Qeiyafa, em Israel, tem causado polêmica entre especialistas.
De acordo com Yosef Garfinkel, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém, as esculturas encontradas representariam a imagem de YHWH (Yaweh, o "nome" de Deus na tradição judaico-cristã).
O problema é que se a finalidade das peças era reproduzir a face de Deus, isso significa que os adoradores estariam praticando a idolatria, algo proibido nas escrituras bíblicas.
A descoberta foi publicada no Biblical Archaeology Review, o que causou alvoroço entre os estudiosos religiosos de Israel.
Em entrevista ao The Jerusalem Post, Garfinkel descarta a possibilidade dos artefatos serem uma representação de algum rei, por não ser algo de tradições judaicas.
Ele encontrou semelhanças com os artefatos encontrados no sítio de Tel Moza e no Israel Museum. Enquanto as cabeças de Tel Moza foram encontradas perto de estatuetas de cavalo, a peça do museu era uma cabeça montada em um cavalo, mas sem um corpo.
As estatuetas recentemente encontradas têm alguns aspectos que se assemelham a um rosto. O especialista relembra que, na Bíblia Hebraica, Deus é descrito como um cavaleiro, às vezes.
Ele também descarta que a representação seja de deuses cananeus pela diferença em relação às esculturas encontradas dessas divindades. "Nós sabemos que em Judá havia um novo deus. Se isto não é o Deus de Judá, quem poderia ser?" analisa o pesquisador.
A hipótese foi rechaçada em um artigo de um grupo de especialistas que inclui Oded Lipschits, um dos diretores da escavação de Tel Moza e do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv.
O grupo de especialistas ressaltou que, embora Deus seja descrito como um cavaleiro nas escrituras bíblicas, Ele não é descrito cavalgando cavalos de verdade.
"Garfinkel desconsidera categoricamente todas as discussões tipológicas, tecnológicas, iconográficas e contextuais anteriores das estatuetas de Moza e do resto da região" declarou o artigo.