Artes/cultura
17/08/2020 às 11:00•2 min de leitura
As redes sociais brasileiras chamaram a atenção para um tópico muito importante para a sociedade, principalmente durante a pandemia: a pesquisa científica. Através da #ExistePesquisaNoBR, os usuários convocaram pesquisadores e cientistas de todo o país a compartilharem suas histórias de vida e demonstrar os progressos que vem sendo feito na área.
Segundo um levantamento feito pelo grupo Web of Science em 2019, o Brasil é o 13º país na lista dos que mais produzem artigos científicos no mundo. O documento demonstra que os brasileiros tiveram um aumento de 30% no número de publicações desde 2013, apesar das variações socioeconômicas no território nacional.
(Fonte: Pixabay)
A primeira vez que o movimento #ExistePesquisaNoBR apareceu nas redes sociais foi em 2018, mesmo ano em que o Brasil chegou a produzir 50 mil trabalhos em todas as áreas da ciência.
Dois anos depois, a hashtag voltou a figurar pela internet brasileira em um momento que muito se discute sobre vacinas, tratamentos e outros tipos de progressos científicos que auxiliem no achatamento das curvas de contágio do novo coronavírus.
Para participar da manifestação virtual não é preciso muita coisa. O usuário deveria publicar uma imagem durante seu expediente de trabalho e realizar uma pequena descrição do seu ofício. O objetivo da tag é dar voz a comunidade científica brasileira e disseminar informações sobre esse ambiente de trabalho e suas funcionalidades para o público em geral.
Veja algumas das participações na internet:
Oi! Sou astrônoma e trabalho com astrofísica estelar ????
— Geisa Ponte (@geisa_ponte) August 14, 2020
Atualmente uso dados de um telescópio espacial da NASA (o TESS) pra entender como o comportamento da variação de brilho das estrelas pode se relacionar com suas evoluções magnéticas ao longo da idade#ExistePesquisanoBR pic.twitter.com/lZ8Gyfvksp
Meu nome é Italo Monteiro e eu estudo sobre a língua presa e sua relação no desenvolvimento estomatognatico e qualidade de vida em bebês de 0 a 6 meses bem como em suas mães. #ExistePesquisanoBR pic.twitter.com/GYrGaA9xrC
— o palhaço do circo sem futuro (@umtestralio) August 14, 2020
#ExistePesquisanoBR
— Lucy Souza (#makesciencebr) (@gryposouza) August 14, 2020
Sou Lucy, mulher trans, Dra. em zoologia, paleontóloga e trabalho com estudo da evolução de crocodilianos fósseis tentando entender desde sua anatomia básica até quais os diferentes processos biológicos que geraram tal configuração. Sou divulgadora científica! pic.twitter.com/eHFTqODsOU
Por mais que o Brasil lidere a América do Sul em quantidade de pesquisas produzidas por ano, ainda são diversos os desafios encontrados pela comunidade científica para que a profissão de pesquisador consiga prosperar dentro do país.
Segundo o levantamento da empresa Clarivate Analytics, 11 universidades federais e 1 estadual são responsáveis por produzir cerca de 60% do volume de pesquisa científica no país — encabeçados pela Universidade de São Paulo (USP).
Em seu jornal oficial, a USP ressaltou que esses dados são suficientes para demonstrar a importância das instituições públicas na produção científica do Brasil e criticou os recentes cortes orçamentários feitos na área de pesquisa.
Desde 2014, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) teve o orçamento da pasta reduzido pela metade, o que pode representar uma diminuição no número de bolsas oferecidas pelas universidades, ressaltou a instituição paulistana em sua publicação.