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18/08/2020 às 15:30•2 min de leitura
Você já deve ter ouvido falar da busca pelo misterioso Planeta X, um objeto que os cientistas acreditam "habitar" nos confins do Sistema Solar. A existência desse mundo hipotético foi proposta para explicar uma série de anomalias e interferências detectadas nas órbitas de Urano e Netuno, e faz mais de 1 século que os astrônomos tentam, em vão, observá-lo diretamente.
O curioso é que as discrepâncias orbitais são bem importantes, indicando que quem quer que seja o responsável por influenciar o comportamento dos dois planetas deve ser algo massivo e, sendo assim, com uma força gravitacional significativa. Considerando que nenhuma observação realizada até agora revelou a presença de um mundão por aquelas bandas, e se no lugar de um planeta as distorções forem causadas por um buraco negro?
Segundo Chris Lee, do site Ars Technica, a caçada pelo Planeta X — ou Planeta 9, como também é conhecido — começou há cerca de 130 anos, depois que anormalidades detectadas na órbita de Urano levaram à descoberta de Netuno. Na verdade, os dois planetas apresentam trajetórias bastante irregulares e posições que poderiam ser mais bem explicadas pela proximidade de um objeto massivo, e o mesmo ocorre com planetas-anões, planetoides e satélites cujo comportamento também parece ser afetado pelo tal corpo enigmático.
Enigma...
Existem algumas dificuldades com relação à explicação de que as anomalias são provocadas por um mundo desconhecido. Para começar, estamos falando de um astro situado a uma distância extraordinária do Sol, em uma região onde não há material suficiente para a formação de planetas. Além disso, é pouco provável que se trate de um objeto que surgiu próximo à nossa estrela e migrou até se estabilizar na posição (hipotética) atual, e é bastante difícil que o tal corpo consista em um mundo errante que abandou seu sistema planetário e acabou sendo capturado pela gravidade solar.
Para falar a verdade, de acordo com Lee, a proposta envolvendo o buraco negro também é improvável, mas, na falta de uma explicação definitiva, trata-se de uma opção que não custa explorar. Segundo essa alternativa, o buraco negro em questão não seria um dos que se formam após o colapso de estrelas massivas, e sim um buraco negro primordial, uma classe de objetos que teriam surgido pouco depois do Big Bang.
Esses buracos negros, ao contrário dos que surgem em decorrência de supernovas e eventos do tipo, poderiam ser desde gigantescos a pequeninos e pouco massivos (em comparação aos buracos negros convencionais), e simulações conduzidas pelos cientistas por trás da nova proposta apontaram que a probabilidade de que exista um desses objetos nos confins do Sistema Solar é a mesma de o nosso Sol ter capturado um planeta errante.
Será?
Uma forma de provar a teoria seria detectar a aniquilação de matéria escura, algo que ninguém conseguiu provar que existe. Ademais, não há provas de que os buracos negros primordiais de fato estejam por aí, o que torna no mínimo complexa a tarefa de demonstrar que um deles resida na nossa vizinhança cósmica. Contudo, é inegável que há algo interferindo nas órbitas e posições dos nossos companheiros planetários, e a busca por explicações é fascinante.
Poderia o misterioso Planeta X ser, na verdade, um buraco negro? via TecMundo