Artes/cultura
25/08/2020 às 13:00•2 min de leitura
A bactéria Escherichia coli, presente no trato gastrointestinal dos seres humanos, possui uma habilidade interessante: dar um "grito" de alerta em seu leito de morte. Apesar de inaudível, o "necrossinal" é um alarme químico produzido pela a espécie na tentativa de preservar os outros membros da colônia de bactérias.
A necrossinalização não se trata apenas de um último pedido de socorro, mas funciona como uma ferramenta essencial para a sobrevivência das bactérias. De acordo com um novo estudo feito pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, essa mensagem dá a brecha para que uma colônia siga se movendo pelo corpo humano até desenvolver resistência ao antibiótico que matou os outros membros do grupo.
(Fonte: Pixabay)
Ao analisar um grupo das bactérias Escherichia coli no laboratório, os cientistas americanos puderam notar que as células vivas ativavam um "estado de emergência" ao captar o sinal fornecido pelas bactérias atingidas pelos efeitos de um antibiótico.
O alerta químico, entretanto, não atua apenas como uma simples mensagem, argumentou o coautor do trabalho, Rasika Harshey. De acordo com Harshey, as bactérias mortas dariam um sinal para que as membranas das células remanescentes começasse a bombear o antibiótico para fora da colônia.
Dessa forma, as bactérias vivas teriam que lidar com uma pequena carga da substância medicinal, o que facilitaria para que elas desenvolvessem alguma resistência. Os pesquisadores acreditam que essa descoberta pode ser fundamental para a elaboração de novas estratégias para derrotar outras infecções bacterianas.
(Fonte: Pixabay)
Diversas bactérias, assim como a Escherichia coli, costumam encontrar-se aglomeradas em números gigantescos — podendo reunir 1 bilhão de agentes bacterianos. Cada um desses micro-organismos possui um flagelo que auxilia na locomoção da colônia pelo corpo humano.
Esse tipo de colônia de bactéria atua quase como um enxame de abelhas, visto que são metabolicamente ativas e crescem em número rapidamente. Dessa forma, os pesquisadores acreditam que esse enxame de bactérias tenha desenvolvido uma maneira própria de combater um antibiótico.
Pesquisas anteriores já apontavam que cerca de 25% de uma colônia de bactérias morria durante um encontro com a substância de combate às infecções. Portanto, era notável que as células mortas atuavam como uma proteção para o restante dos indivíduos, mas ainda não existiam estudos que comprovassem como isso era feito.