Estilo de vida
28/08/2020 às 13:00•2 min de leitura
Segundo previsão de astrônomos, a misteriosa FRB (fast radio burst) conhecida como FRB 121102, que foi identificada inicialmente em 2012 pelo telescópio do Observatório de Arecibo, iria voltar a emitir pulsos sonoros até o final de agosto de 2020, conforme cálculos aplicados em seus ciclos de aparecimento. E as expectativas foram, de fato, confirmadas, marcando o retorno do sinal de rádio do espaço profundo após cerca de 67 dias.
Apesar da FRB 121102 ter sido identificada há quase 8 anos, apenas recentemente seu padrão de repetição foi comprovado, já que anteriormente, de 2012 a 2016, ela apareceu em menor regularidade e sem dar muito espaço para cientistas estudarem seu ciclo de transmissão. Foi apenas em 2016 que astrônomos da Universidade de Manchester começaram a entender seu comportamento e revelaram, oficialmente, que levava cerca de 157 a 161 dias para concluir um ciclo.
Segundo cálculos, o sinal de rádio do espaço profundo permanece ativo por 90 dias, emitindo pulsos de sinalizador de rádio de milissegundo, e encerra entrando em estado de dormência durante 67 dias após o fim das transmissões.
(Fonte: Wikipedia/Reprodução)
Dessa forma, a FRB 121102, rajada vinda de uma antiga galáxia-anã localizada a mais de 3 bilhões de anos-luz da Terra, configura a segunda FRB de repetição descoberta no espaço, acompanhando o primeiro feixe, chamado FRB 180916.J0158+65, descoberto em fevereiro deste ano.
As misteriosas frequências sonoras dos sinais de rádio ainda permanecem um grande mistério para os astrônomos, que tentam compreender suas origens e relacionar com possíveis eventos espaciais que possam ocorrer em galáxias distantes. Dessa forma, a importância da padronização em seus ciclos de repetição torna-se ainda mais relevante para os estudiosos, que conseguem capturar com mais previsibilidade os fenômenos e prepará-los para estudos posteriores.
“Este é um resultado empolgante, pois é apenas o segundo sistema em que acreditamos ver essa modulação na atividade de rajadas”, disse o astrônomo Kaustubh Rajwade, da Universidade de Manchester. “A detecção de uma periodicidade fornece uma restrição importante na origem da explosão e os ciclos de atividade podem ser contra uma estrela de nêutrons em precessão.”
Veja, abaixo, o registro de áudio da FRB 121101 capturado pela equipe de cientistas.