Artes/cultura
01/09/2020 às 14:00•2 min de leitura
Andrômeda, a galáxia mais próxima da Via Láctea, tem um halo quase invisível de plasma difuso muito maior do que se pensava: 1,3 milhão de anos-luz (em alguns lugares, essa distância chega a 2 milhões de anos-luz). Isso significa que Andrômeda já encostou na Via Láctea – o início do que será, em bilhões de anos, uma fusão inevitável entre as duas.
Nessa representação artística, é possível ver como o halo gasoso de Andrômeda seria visto da Terra, se pudesse ser observado a olho nu.
“Compreender os enormes halos de gás ao redor das galáxias é extremamente importante porque eles acumulam combustível para a futura formação de estrelas dentro da galáxia. Estão repletos de pistas sobre o passado da galáxia e os possíveis rumos da sua evolução”, disse a astrofísica da Universidade de Yale Samantha Berek, uma das autoras do estudo publicado agora no The Astrophysical Journal.
A descoberta foi feita usando o Telescópio Espacial Hubble, da NASA. Os pesquisadores examinaram a luz ultravioleta de 43 quasares muito além da galáxia vizinha e observaram como ela é absorvida pelo halo de Andrômeda.
Os 43 quasares usados para sondar o halo gasoso de Andrômeda estão espalhados bem atrás da galáxia.
Vivendo dentro da Via Láctea, não é possível examinar o halo de nossa própria galáxia – mas, dada a proximidade com Andrômeda, pode-se supor que ambos sejam parecidos.
“É um experimento único capturar a complexidade de um halo de galáxia além de nossa Via Láctea”, disse o principal autor do estudo, o astrofísico Nicolas Lehner, da Universidade de Notre Dame.
A observação das estrelas de Andrômeda pelo Hubble indica que seu centro está em rota de colisão com o centro da Via Láctea. Mesmo que erre, as duas galáxias se tornarão próximas o suficiente para que seus halos se unam. Quando isso acontecer, a Via Láctea e Andrômeda se fundirão em uma gigantesca galáxia elíptica, daqui a 4 bilhões de anos.