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08/09/2020 às 08:30•2 min de leitura
Está acostumado a ver o Sol como uma bola brilhante e perfeitamente redonda? Bem, um dos observatórios mais poderosos do mundo revela que ele pode ser, na realidade, assustador. Após passar por uma atualização substancial, o telescópio GREGOR, localizado na Espanha, permitiu a captura de algumas imagens do astro com a resolução mais alta já obtida na Europa – e elas são dignas de pesadelos.
Nas fotos, pode-se ver detalhes de regiões que medem somente 50 quilômetros em meio a atividades turbulentas da estrela. "Em apenas um ano, redesenhamos completamente a óptica, a mecânica e a eletrônica [do dispositivo] para alcançar a melhor qualidade possível", explica Lucia Kleint, física e cientista-chefe do projeto. "Foi incrível, mas também desafiador."
Os pesquisadores envolvidos nos ajustes ficaram presos nas instalações em março, por conta do bloqueio estipulado no país para prevenir a disseminação da covid-19. Então, utilizaram o tempo que tinham para corrigir dois problemas significativos gerados por um par de espelhos do equipamento, que distorciam e borravam os registros. Ambos foram completamente substituídos.
Para complicar, tempestades de neve impediram o teste imediato das implementações, que só ocorreu em julho. Religar o GREGOR foi a primeira tarefa realizada assim que as condições se tornaram favoráveis.
Detalhes que medem 50 quilômetros foram capturados.
Os fragmentos vistos acima podem parecer pouca coisa, mas são grânulos solares, topos das células de convecção do plasma solar, cujos tamanhos típicos são de cerca de 1,5 mil quilômetros – 10% da Terra. As partes mais claras mostram onde o material incandescente sobe. À medida que a substância esfria, cai nas profundezas (partes mais escuras).
Já abaixo, é possível conferir uma mancha solitária que se manifestou na superfície do Sol em 30 de julho de 2020. Ali, o campo magnético é particularmente forte, inibindo a atividade de convecção normal. A região é mais fria que a encontrada a seu redor e causa a liberação de grandes quantidades de energia, criando as famosas erupções capazes de, inclusive, nos afetar.
Campo magnético é particularmente forte nessas regiões.
Com esse tipo de tecnologia, pesquisadores podem entender um pouco melhor o que se passa no corpo espacial do qual depende a vida humana – e espera-se que ele continue nos acompanhando, bem de longe.
Sol aparece assustador em imagens de alta resolução via TecMundo