Ciência
15/09/2020 às 06:30•1 min de leitura
As fontes de energias fósseis vão sofrer um declínio irreversível nos próximos 30 anos, segundo a previsão da multinacional British Petroleum (BP). Em um relatório publicado nesta segunda-feira (14), a empresa indica que essas fontes vão atingir seu pico de consumo e a partir disso, a adesão em massa das energias renováveis será inevitável.
Essa transição da matriz energética será mais notável em meados desta década até 2040, aproximadamente. Segundo as estimativas da BP, a participação dos hidrocarbonetos na energia primária — que em 2018 chegou a 85% — vai cair de 20% a 65% nos próximos 30 anos. As energias renováveis, por sua vez, vão apresentar um crescimento entre 20% e 60%.
O relatório indicou três diferentes cenários para o setor e todos apresentam uma queda na demanda do petróleo e de combustíveis fósseis até 2050: 10% menor no chamado "business-as-usual"; cerca de 55% no cenário de transição rápida; e 80% no "net zero".
Na primeira hipótese, há uma estabilização da demanda no início dos anos 2020. Os demais cenários, afetados pela pandemia de covid-19, não apresentam nenhuma perspectiva de recuperação. Os efeitos no setor já podem ser notados atualmente: no primeiro trimestre de 2020, foi registrada a maior queda na demanda de petróleo da história.
A British Petroleum, que é considerada uma gigante do petróleo, tem tomado decisões estratégicas com base nestes dados. Segundo o site de notícias Electrek, a empresa recentemente investiu cerca de U$ 1,1 bilhão em energia eólica offshore nos Estados Unidos.
O economista-chefe da multinacional, Spencer Dale, afirma que esta transição "seria um evento sem precedentes". Segundo ele, a demanda por um combustível comercializado nunca sofreu uma redução tão significativa quanto o esperado para o petróleo e seus semelhantes. "Enquanto isso, a parcela de energia renovável cresce mais rapidamente do que qualquer combustível já visto na história", destaca o executivo.
Energias renováveis vão substituir o petróleo até 2050 via TecMundo