Artes/cultura
21/09/2020 às 14:30•3 min de leitura
As notícias de que um composto ligado à vida foi identificado nas nuvens de Vênus agitou a comunidade científica e incendiou a imaginação dos terráqueos. Confira abaixo cinco curiosidades sobre o planeta que você talvez não conheça:
Em junho de 1889, o pintor Vincent Van Gogh escreveu a seu irmão, Theo: "Esta manhã eu vi a paisagem da minha janela muito antes do nascer do sol com nada além da Estrela da Manhã, que parecia muito grande".
E foi assim que Vênus foi incluído em um dos quadros mais famosos na história da arte: Noite Estrelada.
O planeta é o segundo elemento mais brilhante do céu, depois da Lua (e como ela, também tem fases):
O pentagrama de Vênus (o planeta com a órbita mais circular do Sistema Solar) é o caminho aparente do planeta (em bege) em relação à Terra (em azul). Oito anos aqui correspondem a 13 anos venusianos.
O programa espacial russo Venera teve 16 missões. Apesar de terem enviado à Terra informações valiosas (como a composição da atmosfera e a pressão sobre a superfície de Vênus), no quesito imagem elas deixaram a desejar por um motivo prosaico: a tampa das câmeras.
A Venera 9 foi a primeira sonda a levar equipamento fotográfico a Vênus. Ela tirou (poucas) fotos com apenas uma câmera; a tampa da lente da outra não se soltou. A Venera 10 também enviou imagens somente de uma câmera – como antes, a tampa da outra lente não se mexeu. A missão seguinte foi ainda pior: as lentes das duas câmeras da Venera 11 permaneceram tampadas – nada de fotos nem dela nem da Venera 12, que apresentou o mesmo defeito.
Imagens da superfície de Vênus, feitas pela sonda Venera 10
O problema parecia ter ficado no passado com a Venera 13 até que a Venera 14, ao comando de ejetar a tampa da câmera, o fez diretamente sob um dos instrumentos – e o resultado foi que o comando da missão, em vez de informações sobre a compressibilidade do solo, recebeu dados sobre a compressibilidade da tampa da lente (mas as câmeras funcionaram).
Imagens da superfície de Vênus, feitas pela sonda Venera 14
Obviamente, somente Vênus e Mercúrio podem ser vistos da Terra passando em frente ao Sol (os chamados trânsitos). Os de Vênus ocorrem raramente e aos pares (dois trânsitos com um intervalo de oito anos entre eles), repetindo-se com intervalos entre 105,5 e 121,5 anos.
O último aconteceu entre 5 e 6 de junho de 2012 (essa foi apenas a sétima vez que ele foi visto, desde a invenção do telescópio) e os próximos vão ocorrer entre os dias 10 e 11 de dezembro de 2117 e 8 de dezembro de 2125.
Algo deu muito, mas muito errado com o planeta. Segundo um estudo de cientistas do Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS) da NASA, Vênus pode ter tido, nos primeiros dois bilhões de anos de sua história, um oceano raso de água líquida e temperaturas de superfície habitáveis.
Segundo o estudo da NASA, as nuvens de tempestade poderiam ter protegido a antiga Vênus da forte luz do sol e tornado o planeta habitável.
Hoje, o planeta é chamado de Mundo infernal, com uma atmosfera de dióxido de carbono 90 vezes mais espessa que a da Terra, quase sem vapor de água e temperaturas que chegam a 460°C em sua superfície.