Artes/cultura
11/10/2020 às 04:00•1 min de leitura
Recentemente, pesquisadores encontraram uma um tanto peculiar. O lado direito possui penas pretas na parte de baixo, rosa na parte de cima e uma mancha rosada no peito, o que caracteriza os machos da espécie Pheucticus ludovicianus. Já o lado esquerdo apresenta plumagem amarela e marrom, típico das fêmeas. Ou seja, a criatura é metade macho, metade fêmea.
Descoberto no dia 24 de setembro na Reserva Natural Powdermill em Rectur, uma pequena comunidade na Pensilvânia, nos Estados Unidos, o animal, ao contrário do que muitos podem pensar, não é hermafrodita, mas sim um ginandromorfo.
Este fenômeno é resultado de um evento incomum quando dois espermatozoides fertilizam um óvulo que tem dois núcleos em vez de um. O óvulo pode então desenvolver cromossomos sexuais masculinos de um lado e cromossomos sexuais femininos do outro.
“Foi espetacular. Este pássaro está com sua plumagem não reprodutiva, então na primavera, quando estiver com a reprodutiva, essas características vão se acentuar”, explica Annie Lindsay, coordenadora do programa de anilhamento de pássaros em Powdermill.
Raros, os ginandromorfos são encontrados em muitas espécies de insetos, crustáceos e claro, aves. Os cientistas não sabem se criaturas com esta característica se comportam mais como machos ou fêmeas, ou se podem se reproduzir. E apesar dos estudos em andamento, é difícil saber se um sexo é mais dominante que o outro devido à sua raridade .
Em 64 anos de anilhamento de pássaros, o Centro de Pesquisa de Powdermill registrou menos de 10 que nasceram deste evento incomum. Mais especificamente, o último ginandromorfo desta espécie foi encontrado na reserva há 15 anos.
Após admirarem a descoberta, Lindsay e os colegas levaram a ave para o laboratório, para medir a envergadura da asa e coletar penas para obter o DNA para estudos futuros. E depois de garantir o registro para as suas redes sociais, o pássaro foi devolvido à natureza.