Saúde/bem-estar
14/10/2020 às 11:30•2 min de leitura
“Virou espaguete” é uma maneira tenebrosamente jocosa de dizer que alguém morreu esmagado, mas espaguetificação também é um termo que astrônomos usam para descrever a morte de uma estrela, sugada por um buraco negro. Um evento desses foi observado por telescópios do European Southern Observatory (ESO), que registraram os últimos momentos de uma estrela engolida por um buraco negro.
“A ideia de um buraco negro sugando uma estrela próxima parece ficção científica, mas isso é exatamente o que aconteceu. Quando uma estrela azarada vagueia muito perto de um buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia, a extrema atração gravitacional da singularidade fragmenta a estrela em finos fluxos de material”, disse o astrônomo Matt Nicholl, da Real Sociedade Astronômica na Universidade de Birmingham e principal autor do estudo publicado agora na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Segundo ele, “a estrela tinha aproximadamente o mesmo tamanho do Sol e foi destroçada por um buraco negro 1 milhão de vezes mais massivo que ela”.
Parte da massa da estrela foi capturada pelo disco de acreção do buraco negro, gerando um flash de radiação eletromagnética à medida que a matéria era engolida pela singularidade.
Foi esse lampejo breve a 215 milhões de anos-luz da Terra, visto por equipes do Very Large Telescope (VLT ) e do New Technology Telescope (NTT) do ESO em 2019, que gerou o estudo sobre o que acontece durante a espaguetificação de uma estrela.
A descoberta do que aconteceu na constelação de Eridanus foi possível porque “como pegamos o evento no início, pudemos ver o buraco negro lançando um poderoso fluxo de material com velocidades de até 10 mil km/s. Isso nos forneceu a primeira oportunidade de localizar a origem do material e acompanhar o evento em tempo real”, disse a astrofísica da NASA Kate Alexander.
Segundo os pesquisadores, o evento, denominado AT2019qiz, pode ser a chave para entender melhor como a matéria se comporta nos ambientes de extrema gravidade ao redor de buracos negros supermassivos.