Artes/cultura
26/10/2020 às 06:00•2 min de leitura
As geleiras Cascade, Barry e Coxe, na Prince William Sound, costa sul do Alasca, EUA, estão mudando rapidamente. Um deslizamento de terra na região é iminente, podendo acontecer dentro dos próximos 12 meses ou, no máximo, nas próximas duas décadas, e irá desencadear uma onda enorme.
Em 14 de maio de 2020, um grupo de cientistas especializados em mudanças climáticas e ondas gigantes enviou uma carta aberta ao Alaska Department of Natural Resources (ADNR):
“Identificamos uma encosta instável ao lado da geleira Barry que pode ceder e gerar um tsunami. Ele pode impactar áreas frequentadas por turistas, barcos de pesca, (…) potencialmente, centenas de pessoas”.
Entre as geleiras Cascade e Barry há uma ladeira íngreme onde se acumulam pedras e terra com gelo. Esta terra está cedendo, pouco a pouco, há decadas. Na carta, os cientistas enumeram possíveis gatilhos para um repentino e fatal deslizamento: chuva prolongada, temperaturas altas e terremotos.
Imagens de satélite divulgadas pela NASA mostram como a Prince William Sound mudou no período de seis anos. Acima, vemos a enseada em 15 de setembro de 2013.
Em contraste, vemos acima o mesmo recorte em 24 de agosto de 2019. Desde então, a região não demonstrou mudanças significativas.
Os estudos demonstraram que estas reconfigurações estão acontecendo há pelo menos 50 anos, por vezes mais rapidamente e, em outros períodos, mais lentamente.
Este fenômeno, nesta região, apresenta enorme perigo para toda a costa do Pacífico na América. O tsunami referente à animação acima, que aconteceu em 1964 na mesma enseada, matou pessoas no Alasca e na Califórnia.
Fica muito pior: o evento de 64 foi minúsculo se comparado à ameaça sinalizada pelos cientistas.
O próximo tsunami provavelmente terá 11 vezes mais energia que o maior na modernidade até então, que aconteceu em 1958, também no Alasca, e teve 524 metros de altura.